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Chuva deve se concentrar do Sudeste ao Norte nos próximos 5 dias

Matopiba deve registrar chuva irregular nesse período e o Sul receberá menos precipitações; confira a previsão do tempo completa

Nos próximos cinco dias, mais uma vez o corredor de umidade da Amazônia concentra a chuva do Norte ao Sudeste do Brasil, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Goiás com acumulados entre 70 e 100 milímetros, e condição para invernadas no fim do período, especialmente em Minas Gerais. Essa condição mantém o risco para aumento de erosão de solo na região e do aumento de doenças fúngicas em culturas como café e cana-de-açúcar.

No Matopiba, chuva mais irregular com acumulados entre 40 e 60 milímetros, bem como em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com tendência de reposição de pelo menos 10% na umidade do solo nesta semana.

No Sul do Brasil, embora passe uma frente fria entre segunda, 11, e terça-feira, 12, os acumulados previstos são mais modestos e a chuva vem em forma de pancadas com trovoadas mais passageiras, servindo para amenizar o calor extremo do início da semana. Ainda assim, mesmo irregulares as pancadas vêm com trovoadas e eventual granizo, como é comum em verões de La Niña. Além de tudo, se espera um ganho de pelo menos 10% na umidade do solo no Rio Grande do Sul.

Mesmo que as chuvas tenham sido mal distribuídas no Rio Grande do Sul, o nível dos reservatórios e as lavouras de arroz irrigadas estão com boas condições de desenvolvimento. No Paraná, o milho da safra de verão também tem apresentado boas condições. Já a soja em plantio médio e tardio apresentou bons índices de produtividade no Paraná, e os produtores estão progredindo no avanço da colheita destas safras para instalação do milho de segunda safra até a primeira semana de fevereiro.

Entre 16 e 20 de janeiro, a chuva ganha força no Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Paraná, e nesse último estado a chuva mais generalizada pode dificultar o avanço da colheita para instalação do milho. Trata-se de uma frente fria que passa pelo Sul rapidamente no fim de semana e que volta a trazer o corredor de umidade da Amazônia um pouco mais para Sul. Aliás, com a instalação de um novo bloqueio atmosférico no Oceano Pacífico, os sistemas frontais se comportam como em anos típicos de La Niña, sendo mais costeiros.

Nesse período, há condição para invernada entre Goiás, São Paulo e oeste, sul e centro de Minas Gerais. Entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a chuva vem de forma mais modesta e irregular, assim como no Matopiba. Aliás, o reposicionamento de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis no Nordeste vai inibir a chuva mais generalizada no norte de Minas Gerais, Bahia e Piauí na segunda quinzena de janeiro. Nos últimos 10 dias de janeiro, a chuva começa a cessar no Rio Grande do Sul.

O fenômeno La Niña já mostra sinais de enfraquecimento na porção mais a leste, mas a fase fria ainda persiste ao longo do segundo trimestre de 2021, com indicação de uma fase de transição/neutralidade para meados de 2021. Vale lembrar que, mesmo com o enfraquecimento do sistema, a atmosfera ainda demora alguns meses para responder ao oceano.

Dessa maneira, a previsão continua com regime de chuvas no trimestre concentrados sobre o Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e principalmente sobre o Norte, cujos efeitos são mais evidenciados a partir de fevereiro, com a instalação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). O fenômeno também potencializa estiagens regionalizadas no Sul do Brasil.

La Niña diminui a chuva na Argentina e prejudica a safra

O La Niña traz impactos diretos não só no Sul do Brasil, mas também na Argentina. A irregularidade das pancadas associado ao calor deixa o cenário ruim para a safra que de grãos que apresenta 17% das lavouras com condições ruins ou péssimas, de acordo com informações da imprensa local.

Nos últimos sete dias, somente nas áreas mais próximas de Benito Juarez e Tucumán é que as chuvas foram mais expressivas, com acumulados acima de 50 milímetros em sete dias. No entanto, as áreas produtoras de grãos têm sofrido com a irregularidade das chuvas e das elevadas temperaturas das últimas semanas. A condição piorou especialmente no levantamento da semana anterior.

A previsão para as próximas semanas não é das mais animadoras para o cinturão de grãos do país. Nesta semana, a passagem de uma frente fria costeira e áreas de baixa pressão atmosférica até organizam temporais nas áreas mais próximas ao Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul. No entanto, as chuvas vão ficar mais escassas após a passagem deste sistema.

Pelo menos até o dia 20 de janeiro, as chuvas previstas ocorrem com baixo volume acumulado e sem condição para reverter a condição hídrica do solo. Além de tudo, as temperaturas extremamente elevadas garantem a perda de umidade do solo de maneira mais efetiva.