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Previsão do tempo indica 8 dias de chuva persistente; veja onde

Chuvas alcançarão área de café na Bahia mas frente causa forte chuvas no centro-oeste beneficiando o arroz e o tabaco

A tempestade subtropical Maní ainda gera chuva abrangente sobre a Bahia, especialmente a área do café de Vitória da Conquista, e parte norte de Minas Gerais no início desta semana. Além disso, mais ao sul, uma frente fria causa chuva forte sobre o centro, sul e leste do Rio Grande do Sul, oeste do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul, beneficiando arroz e tabaco (Rio Grande do Sul) e cana de açúcar soja e milho (Paraná e Mato Grosso do Sul).

De terça, 27, a quarta-feira, 28, retornam as pancadas de chuva que serão mais intensas sobre o oeste da Bahia, sudeste de Goiás, Triângulo Mineiro e centro e sudoeste de Mato Grosso do Sul. Posteriormente, entre a quinta-feira, 29,  e a próxima quinta, 5, a frente fria encontrará o sistema de baixa pressão responsável pela tempestade subtropical e espera-se a formação do primeiro corredor de umidade do período das águas brasileiro. São oito dias com chuva persistente e temperatura mais baixa em uma área que compreende o Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Matopiba e o sul do Pará. Nesta área, o acumulado mínimo será de 50 milímetros. 

Do noroeste de Minas Gerais até sudoeste da Bahia, deverá chover 150 milímetros em pouco mais de uma semana. Como em todo evento de chuva persistente, existem áreas que não vão receber precipitação tão significativa. Será o caso da região Sul, oeste e sudoeste de São Paulo e parte do sul de Mato Grosso do Sul que vão receber menos de 20 milímetros.

A temperatura vai diminuir, não apenas na máxima. A entrada de uma forte massa de ar polar para época do ano derruba a temperatura em boa parte do Brasil. A temperatura mínima deverá cair para menos de 4°C em algumas áreas próximas de Santana do Livramento e entre Bagé e Canguçu na madrugada da próxima sexta-feira, 30, levando geadas fracas para áreas produtoras de arroz e tabaco. “O frio tardio é uma das características do fenômeno La Niña”, diz o meteorologista Celso Oliveira.

Após a formação do corredor de umidade, a chuva ficará dispersa pelo Brasil. As pancadas de chuva mais intensas vão acontecer do norte do Rio Grande do Sul até o sul e leste do Paraná, e do leste de São Paulo até o sul de Minas Gerais e na Amazônia. Até a terceira semana de novembro, não há previsão de chuva tão organizada sobre o Brasil. Em meados do mês, as pancadas de chuva serão mais intensas sobre o oeste da Bahia, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. A partir do dia 20 de novembro, as pancadas de chuva se espalham pelo Brasil alcançando desde o norte do Rio Grande do Sul, até o Pará, Tocantins e Bahia passando por boa parte do Sudeste e Centro- Oeste.

Acumulados do fim de semana

A chuva tornou-se mais abrangente sobre o Sudeste e Centro-Oeste pela formação de uma tempestade subtropical chamada MANÍ. Vários municípios de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo receberam mais de 50 milímetros. De acordo com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Paulo de Faria-SP, o acumulado alcançou 200 milímetros em sete dias. Em Dores do Indaiá-MG, choveu 145 milímetros. Marilândia-ES recebeu 115 milímetros. Por fim, Cristalina-GO recebeu 160 milímetros em sete dias. 

Pela primeira vez desde o início da primavera, a umidade do solo alcançou o mínimo necessário para o desenvolvimento agrícola no Espírito Santo, leste, centro e oeste de Minas Gerais e de Goiás, no leste de Mato Grosso e no nordeste de Mato Grosso do Sul. Ainda assim, existem áreas com baixa umidade do solo e pouca chuva,caso de boa parte de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, norte e sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, Parecis e Pantanal de Mato Grosso. O atraso da chuva devido ao fenômeno La Niña já traz consequências. Em Mato Grosso, a área semeada alcança apenas 10% contra 30% no ano passado. Além disso, há risco de perdas na segunda safra de milho e algodão de 2021 por conta do ciclo avançar outono adentro e exigir chuva em um período que isso não acontece com tanta frequência.

No Sul, a chuva forte dos últimos dias sobre a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai ajudou na germinação do arroz recém instalado. Mas a precipitação ainda não alcançou áreas de milho do noroeste do Rio Grande do Sul, nem o Paraná, cujo milho definha diante de uma primavera seca e a instalação da soja encontra-se atrasada (Paraná) pela falta de chuva regular. No Matopiba (área produtora de grãos do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a chuva retornou ao Tocantins e à região de Carolina. Na maior parte produtora, ainda não choveu de forma regular, mas produtores instalam no pó a espera de chuva mais intensa nos próximos dias.