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Previsão do tempo: maio terá chuvas intensas e ondas polares; veja onde

Segundo a meteorologia, abril chega ao fim com pouca chuva no centro e Sul do Brasil, o que está comprometendo algumas culturas

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Confira a previsão do tempo para maio. Foto: Pixabay

Abril vai terminando com pouca chuva no Centro-Sul do Brasil. O Paraná, por exemplo, registra a maior estiagem desde 1997, de acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). Por consequência, observa-se baixo nível dos reservatórios e bacias hidrográficas, além de problemas no embarque de soja e derivados no porto de Rosário, Argentina, em função do baixo nível do rio Paraná. Os pedidos de cobertura do seguro por quebra na safra de milho do Paraná multiplicam-se.

A baixa umidade do solo é observada desde o Rio Grande do Sul até o Mato Grosso. Destaque para as regiões de Passo Fundo (RS), Pelotas (RS), Chapecó (SC), Francisco Beltrão (PR), Londrina (PR), Avaré (SP), Piracicaba (SP), Ribeirão Preto (SP), Uberlândia (MG), Rio Verde (GO) e Campo Verde (MT).

A umidade do solo baixa compromete a instalação de pastagens de inverno e trigo do Rio Grande do Sul, instalação e desenvolvimento inicial da cana-de-açúcar em São Paulo e exigindo irrigação complementar da laranja no mesmo estado. Isto sem contar com a diminuição da produtividade do milho segunda safra no centro e sul do Brasil. Por outro lado, as atividades de colheita da cana-de-açúcar, laranja e café avançam rapidamente neste momento.

A chuva forte prossegue sobre o norte de Goiás, Mato Grosso e de Minas Gerais e em boa parte do Norte e Nordeste. A chuva de abril piorou a qualidade do algodão no oeste da Bahia, mas vem ajudando a instalação inicial da cana-de-açúcar na Zona da Mata. Em Salvador, a chuva forte e persistente faz com que os trabalhos de embarque de grãos aconteçam de forma mais lenta.

Para complementar os dados mais recentes, nos últimos cinco dias, choveu mais de 300 milímetros no Recôncavo Baiano, 65% mais que o normal para todo o mês de abril. Além disso, também chamamos a atenção para o calor acima do normal no Sul. No último sábado, Uruguaiana (RS) registrou 35 °C, valor quase 10 °C mais elevado que o normal para época do ano.

O veranico, fenômeno mais típico em maio, apareceu mais cedo neste ano. Ele acontece pela formação de um bloqueio atmosférico. As frentes frias estão paradas na altura da Argentina e Uruguai e não deixam as ondas de frio avançarem pelo Estado.

Após o abril seco no centro e sul do Brasil, a entrada das primeiras ondas de frio e a intensificação dos ventos fortes em altitude trazem chuvas mais intensas em maio. De uma forma geral, as simulações européia e americana indicam o mesmo cenário com precipitações mais intensas que o normal para época do ano no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e em partes de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Ainda de acordo com a simulação européia, a maior parte da precipitação acontecerá na segunda quinzena de maio, período em que também há previsão de declínio mais acentuado da temperatura.

Por falar em temperatura, após uma primeira quinzena de abril com temperatura abaixo da média entre o Sul e Sudeste, as ondas polares chegarão com cada vez mais frequência e intensidade. Tanto que a previsão para maio é de temperaturas mais baixas que o normal em boa parte do centro e sul do Brasil.

No Norte e Nordeste, espera-se uma condição típica de maio, ou seja, intensificação da chuva no leste do Nordeste, manutenção das fortes precipitações sobre a costa norte do Nordeste e boa parte da Região Norte e aparecimento do período seco prolongado no interior do Nordeste e Tocantins, além de áreas de Minas Gerais, Goiás e leste de Mato Grosso.