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Tempo: veja quanto deve chover na sua região entre novembro e janeiro

Como é comum em ano de La Niña, algumas áreas terão chuvas acima da média histórica e outras receberão menos precipitações do que é normal

Sul: chuva abaixo da média em novembro

O fenômeno La Niña moderado manterá a chuva abaixo da média no trimestre novembro-dezembro-janeiro, de acordo com a simulação da Universidade de Colúmbia. Já a temperatura permanecerá acima da média no interior dos três estados e perto do normal nas capitais e litoral.

Detalhando-se os três meses, espera-se chuva abaixo da média no Sul em novembro. A simulação canadense indica algo entre 50 mm e 75 mm, menos chuva do que o normal, do norte do Rio Grande do Sul ao centro do Paraná, passando por quase toda Santa Catarina. A média histórica de novembro nessa área varia entre 100 mm e 150 mm.

Mesmo com a precipitação inferior ao normal, esperam-se alguns episódios de chuva ao longo de novembro, um deles acontecendo entre 5 e 10 de novembro e outro entre 20 e 25 de novembro.

O primeiro episódio será mais abrangente alcançando Paraná, Santa Catarina e metade norte do Rio Grande do Sul. O segundo evento de chuva mais intensa alcançará o Paraná, o oeste, meio oeste e norte de Santa Catarina e o oeste e norte do Rio Grande do Sul. Na zona sul gaúcha, não há previsão de nenhum episódio significativo de chuva e há possibilidade de o mês terminar com menos de 50 mm em muitos municípios.

A temperatura em novembro ficará acima da média histórica no interior dos três estados e dentro da média histórica nas capitais e ao longo do litoral da região. Apesar do desvio acima do normal, o calor não será persistente durante todo o mês. Esperam-se algumas madrugadas frias na primeira e segunda quinzenas do mês, fruto do La Niña.

Em dezembro, ainda há previsão de chuva abaixo da média na maior parte da região Sul, mas com desvios mais modestos. No centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul, estima-se até 50 mm, menos chuva do que o normal. Além disso, no leste e norte de Santa Catarina e no leste e nordeste do Paraná, algumas frentes frias e sistemas de baixa pressão prometem trazer episódios de chuva um pouco mais forte do que o normal.

A temperatura permanece mais elevada que o normal no Rio Grande do Sul e no interior dos estados de Santa Catarina e Paraná e próxima da média em Florianópolis, Curitiba e litoral de Santa Catarina e do Paraná.

Janeiro será um dos poucos meses em que há previsão de chuva entre a média e acima dela na maior parte da região Sul. Somente a zona sul gaúcha permanecerá com precipitações inferiores ao normal.

A temperatura também permanecerá próxima da média histórica nesse mês na maior parte da região. Florianópolis, litoral de Santa Catarina e litoral do Paraná terão um mês menos quente do que o normal, enquanto o oeste do Paraná e do Rio Grande do Sul permanecerão um pouco mais quentes do que a média histórica.

Para o trimestre fevereiro-março-abril, mesmo com o fim do La Niña, ainda há previsão de chuva abaixo da média em boa parte do Rio Grande do Sul, oeste e norte de Santa Catarina e sul e leste do Paraná. Uma das poucas áreas com chuva acima da média no período é o noroeste do Paraná.

O calor permanecerá acima do normal no oeste e norte do Rio Grande do Sul, mas a temperatura permanecerá dentro da média histórica na maior parte da região.

Sudeste: chuva fortalece, mas ainda fica abaixo da média em novembro

O fenômeno La Niña moderado traz chuva acima da média para o trimestre novembro-dezembro-janeiro no Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e leste e norte de Minas Gerais e temperatura entre o normal e abaixo do normal para boa parte da região.

Esse padrão já poderá ser acompanhado em novembro com precipitações entre a média e acima dela nas áreas citadas. Apesar disso, a maior parte da região, ainda terá acumulados inferiores ao normal, caso de São Paulo e Triângulo Mineiro, o que não significará ausência de chuva.

Novembro terá acumulados de chuva maiores em todo o Sudeste, comparando com setembro e outubro, mas a “gangorra” da precipitação penderá mais para norte, especialmente na segunda quinzena, em Minas Gerais e Espírito Santo.

Além disso, após o calor histórico de setembro e início de outubro, a temperatura de novembro ficará mais baixa do que o normal no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Somente no centro e oeste de São Paulo, ainda há previsão de temperatura mais elevada.

Em dezembro, a chuva acima da média será observada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e no sul e leste de São Paulo. O maior desvio de precipitação é esperado no norte do Espírito Santo. O desvio de 100 mm poderá resultar em acumulados absolutos em torno dos 300 mm na região. Por outro lado, ainda há previsão de chuva entre a média e abaixo dela no centro, norte e oeste de São Paulo.

A temperatura permanecerá amena ficando entre a média e um pouco abaixo da média no centro e leste de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo. No centro e oeste de São Paulo, por outro lado, a temperatura permanecerá levemente acima do normal.

Em janeiro, finalmente há previsão de chuva entre a média e acima dela na maior parte da região. O desvio alcança 50 mm no sul de Minas Gerais, o que poderia gerar um acumulado absoluto acima de 350 mm.

Boa parte da região terá um mês com temperatura próxima da climatologia. O calor acima do normal será mais visto no oeste de Minas Gerais e no oeste e norte de São Paulo. Por outro lado, no litoral de São Paulo e Zona da Mata de Minas Gerais, esperam-se temperaturas um pouco mais baixas do que o normal.

No trimestre fevereiro-março-abril, há previsão de chuva entre a média e acima dela na maior parte do Sudeste. As áreas com precipitação inferior ao normal serão vistas no sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e no centro, leste e sul de São Paulo.

Será um trimestre ainda caracterizado por temperaturas amenas (próximas da média). Somente ao longo do vale do São Francisco, espera-se calor acima do normal.

Centro-Oeste: chuva ganha força, mas ainda fica abaixo da média em novembro

O fenômeno La Niña moderado traz chuva entre a média e acima dela e temperaturas amenas (dentro do histórico) para o trimestre novembro-dezembro-janeiro para a maior parte do Centro-Oeste. Somente no sul de Mato Grosso do Sul, espera-se um trimestre mais seco e quente do que o normal.

O retorno da chuva, no entanto, será gradativo. Em novembro, por exemplo, apenas o norte de Goiás e de Mato Grosso terão precipitação entre a média e acima dela. A maior parte do Centro-Oeste receberá menos chuva do que o normal, mas com melhor distribuição do que em setembro e outubro. De uma forma geral, a segunda quinzena será mais chuvosa do que a primeira metade do mês.

Além disso, novembro ainda será quente com temperaturas acima da média em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no sul e oeste de Goiás. Somente o Distrito Federal terá temperatura próxima da média histórica.

Em dezembro, a chuva acima da média será vista em Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal. Em Mato Grosso do Sul, ao contrário, ainda choverá menos que o normal. Com o aumento da precipitação, o calor diminui e a temperatura ficará próxima da média histórica na maior parte da região. Apenas Mato Grosso do Sul terá uma temperatura entre a média e acima dela.

Em janeiro, todo o Centro-Oeste terá precipitação entre a média e acima dela. Apesar da chuva mais intensa do que o normal, esperam-se temperaturas levemente acima da climatologia em Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, indicando que as invernadas não serão muito duradouras.

No trimestre fevereiro-março-abril, ainda há previsão de chuva acima da média em boa parte do Centro-Oeste, exceção feita ao Pantanal de Mato Grosso. Mas é importante ter em mente que a chuva não será bem distribuída. Abril não deverá ser um dos meses mais chuvosos.

A temperatura permanecerá próxima do normal no trimestre, padrão típico do La Niña, mesmo já em seu término.

Nordeste: precipitação intensifica em novembro

Mesmo sob fenômeno La Niña moderado, nem todo o Nordeste receberá chuva acima da média histórica no trimestre novembro-dezembro-janeiro. A faixa norte receberá menos chuva do que o normal. A precipitação ficará acima da média histórica no leste da região e em boa parte da Bahia. A má distribuição da precipitação repercutirá na temperatura, com calor acima do normal no norte do Nordeste e temperatura mais baixa na Bahia.

Especificamente em novembro, a precipitação acima da média histórica será observada no sudoeste, oeste e litoral da Bahia e entre Sergipe e o leste de Pernambuco. Por outro lado, o mês será menos chuvoso do que o normal em boa parte do Maranhão e Piauí.

Nos primeiros cinco dias de novembro, há previsão de acumulados elevados na Bahia e no centro e sul dos Estados do Piauí e Maranhão. Mas nos dois últimos estados, o segundo evento significativo acontecerá somente nos últimos dias de novembro. Daí o desvio negativo de precipitação previsto para o mês.

O calor permanecerá acima da média histórica no Maranhão e no Piauí, mas a temperatura ficará abaixo da média histórica na Bahia, especialmente no sul do estado.

Em dezembro, boa parte do Nordeste receberá chuva acima da média, com destaque para acumulado até 100 mm mais elevado do que o normal no extremo sul, resultando em acumulado absoluto próximo de 300 mm. Entre o leste do Piauí e a costa leste da região, choverá entre a média e abaixo da média.

A temperatura permanecerá mais baixa do que o normal no sul da Bahia. Já entre o Maranhão e Ceará, mesmo com precipitações mais intensas, a temperatura ficará mais elevada do que a média histórica.

Em janeiro, espera-se um padrão semelhante ao de dezembro com precipitação acima da média no oeste da Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e costa leste do Nordeste. Por outro lado, ao longo de todo o litoral da Bahia e no sertão de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, a chuva ficará abaixo da média.

O calor acima do normal será percebido na maior parte da região, indicando que a chuva, mesmo acima do normal, acontecerá na forma de pancadas. Não há previsão de grandes invernadas. Somente no oeste do Maranhão, a chuva será mais persistente e a temperatura ficará abaixo da média histórica.

Entre fevereiro e abril, a atmosfera continuará respondendo como La Niña, mas não será suficiente para chuva acima da média em todo o Nordeste. Todo o leste da região e áreas do vale do São Francisco da Bahia receberão menos chuva que o normal. A precipitação acima da média será vista na costa do Ceará, norte do Piauí, Maranhão e algumas áreas do oeste e sul da Bahia.

O trimestre será caracterizado por temperatura próxima da média histórica. Somente o vale do São Francisco permanecerá sob calor no período.

Norte: novembro com precipitações acima da média

Sob La Niña moderado, o Norte receberá mais chuva do que o normal no trimestre novembro-dezembro-janeiro. Apenas ao longo da costa da região e em algumas áreas do oeste do Amazonas, o acumulado será mais baixo do que a média histórica. A temperatura permanecerá próxima da média histórica na maior parte dos municípios. O calor acima da média será visto no Amapá e norte do Pará e Roraima terá um trimestre com temperatura entre a média e abaixo da média.

Em novembro, já há previsão de chuva acima da média com desvios mais significativos no Amazonas. O centro e sudoeste do estado receberão até 75 mm a mais do que o normal para o mês, área que normalmente já recebe mais de 200 mm em novembro. Apenas o Amapá, norte de Roraima e de Tocantins e o leste do Pará receberão menos chuva do que o normal. A distribuição da precipitação será irregular. Nos primeiros cinco dias do mês, os maiores acumulados serão vistos em Tocantins. Posteriormente, entre 6 e 10 de novembro, as precipitações mais intensas migrarão para o Amazonas e Acre. Posteriormente, outro episódio de chuva intensa e abrangente será visto apenas nos últimos dias do mês, acontecendo no Tocantins e Pará.

Até por conta da chuva espaçada, apesar de forte, a temperatura permanecerá mais elevada que o normal na maior parte da região. Somente no Amazonas, Acre e Roraima, novembro terá temperatura dentro da média histórica.

Dezembro será mais chuvoso do que o normal, com desvios de 75 mm no centro e sul do Pará e no sul de Rondônia. Desta vez, a chuva será mais persistente, deixando a temperatura mais baixa do que o normal no Pará, Amazonas e Roraima. O calor será mais intenso apenas na costa do Pará e do Amapá.

Janeiro será outro mês mais chuvoso do que o normal no Norte, com maiores desvios no norte do Amapá. Novamente, a chuva será persistente na forma de invernadas deixando a temperatura mais baixa que o normal em boa parte da região, especialmente no Amazonas, oeste do Pará e sul de Roraima.

Mesmo com o término do La Niña, o trimestre fevereiro-março-abril será mais chuvoso dp que o normal na maior parte do Norte. Algumas poucas áreas com chuva abaixo da média serão vistas nas bacias do rio Madeira e Solimões e na foz do rio Tocantins. O trimestre permanecerá sob temperaturas menos elevadas.