Afagro alerta sobre os riscos da falta de fiscais agropecuários no RS

São necessários mais 217 veterinários para cumprir as tarefas, diz vice-presidente da entidadeA Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) vem alertando o Governo do Estado sobre a falta de fiscais agropecuários para as diversas atividades atribuídas à categoria. É o que diz o vice-presidente da entidade, Antônio Augusto Medeiros.

– Fizemos um levantamento minucioso e precisamos de pelo menos mais 217 veterinários para cumprir as tarefas de inspeção nos frigoríficos e defesa sanitária – afirma.

O governo anunciou a realização de um concurso com 130 vagas, sendo que somente cem seriam para o cargo de veterinário.

– Além de ser em número insuficiente, o concurso, anunciado há mais de um mês, ainda não teve edital publicado – lamenta Medeiros.

O principal temor da entidade é que, a partir de 2015, mais de cem veterinários que estão hoje na ativa devem pedir aposentadoria. Medeiros lembra que, no ano passado, o governado já havia anunciado concurso, mas a seleção não ocorreu.

– Esse concurso anunciado não cobrirá sequer a carência que temos hoje, se não for realizado logo – conta.

O trabalho do fiscal

O fiscal estadual agropecuário atua em diversas frentes no agronegócio. É ele quem acompanha e vistoria a qualidade e sanidade da carne que sai dos frigoríficos com inspeção estadual. Também é responsável pela defesa sanitária, supervisionando cargas de produtos de origem animal e vegetal, atuando nas propriedades para a verificação da existência de doenças e trabalhando para garantir a qualidade dos produtos que chegam à mesa do consumidor.

Com poucos profissionais, todo esse trabalho fica comprometido. Em municípios com mais de uma planta frigorífica, por exemplo, o fiscal precisa optar por uma ou outra e, muitas vezes, acaba penalizado em caso de irregularidade em alguma das plantas.

Medeiros explica que outra importante dificuldade é a execução de defesa sanitária animal e inspeção de alimentos. Em função da  complexidade das atividades, o fiscal se obriga a priorizar uma delas. Este ponto já foi objeto de questionamento em auditorias ao serviço. Para ele, quem perde é o Estado do Rio Grande do Sul.

– É impossível estar em dois locais ao mesmo tempo e executar satisfatoriamente duas atividades complexas como defesa e inspeção de alimentos – alerta Medeiros.