A indústria frigorífica conseguiu recuperar as margens de comercialização para entre 20% e 25%, após um forte ajuste no setor, com o fechamento de plantas industriais ociosas e ainda a redução do quadro de funcionários. O corte chegou a 12,5 mil trabalhadores nos 12 meses encerrados em agosto, segundo dados da Scot Consultoria levantados junto ao Ministério do Trabalho.
Cálculos da Scot apontam que esse corte represente uma redução de 2,75 milhões de cabeças abatidas em um ano, um volume considerado dentro do normal. No primeiro semestre deste ano a queda foi de 1,5 milhão de cabeças abatidas ante igual período de 2014, de 16,9 milhões para 15,4 milhões de cabeças.
A queda da margem dos frigoríficos começou a se tornar evidente em meados do ano passado, com a disparada no preço da arroba paga ao produtor e a dificuldade de repassar esse aumento para os mercados interno e externo com a demanda retraída. Com isso, a margem média das companhias desde 2012, de 22,2%, caiu a 10,2%, em junho e o ajuste foi intensificado nos últimos três meses.
– Esse ajuste foi necessário e saudável para o negócio. Hoje temos um raro momento em que todos os elos da cadeia estão ganhando – avaliou Alcides Torres, da Scot Consultoria.