Após suspeita de mormo, mais de 1,5 mil cavalos seguem isolados no Parque de Exposições de Avaré (SP)

Expectativa da Defesa Agropecuária de São Paulo é de que os animais, mantidos em quarentena desde o dia 18, sejam liberados assim que uma normativa for publicada no Diário Oficial da UniãoMais de 1,5 mil cavalos seguem em isolamento no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré (SP), após a suspeita de dois casos de mormo entre os animais que participaram do 23º Congresso Brasileiro da Raça Quarto de Milha, realizado de 16 a 21 de abril. A expectativa da Defesa Agropecuária de São Paulo é de que os animais, mantidos em quarentena desde o dia 18, sejam liberados assim que uma normativa for publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Um dia antes do início do evento, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo publicou a Resolução SAA 19, que determina exigências a serem cumpridas por proprietários, transportadores, depositários, promotores de eventos e todos aqueles que possuem equídeos em seu poder ou guarda. A nova legislação estabeleceu que todos os cavalos em trânsito no Estado deveriam estar acompanhados, além da Guia de Trânsito Animal (GTA), de exames negativos para anemia infecciosa e mormo, e de atestados de vacinação de Influenza e de sanidade.

A medida foi tomada após a confirmação de um caso isolado de mormo no município de Araçariguama (SP), no dia 13. Todos os animais que entraram no parque a partir do dia 15 apresentaram a relação extra de exames e atestados. Alguns animais, que já estavam no parque antes desta data, foram submetidos aos exames no local. No dia 18, testes acusaram a suspeita da doença em dois cavalos, sendo que um deles permanecia no local e o outro já havia retornado a sua propriedade. Com a suspeita confirmada, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) proibiu a entrada e a saída de animais do parque.

Um exame de contraprova, cujo resultado foi negativo, foi realizado nos dois animais para descartar as suspeitas. Mesmo assim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Defesa Agropecuária decidiram manter os cavalos em quarentena até a realização de uma segunda contraprova. Insatisfeitos com a decisão, os criadores dos animais organizaram uma manifestação e bloquearam a rodovia SP-255, em Avaré, no dia 22 de abril.

No dia 23 de abril, um juiz da 1ª Vara Cível de Avaré negou a liminar solicitada pela ABQM que exigia a liberação dos cavalos. O magistrado alegou que o isolamento era necessário para impedir contaminações externas, inclusive para o homem. A associação entrou, então, com recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo solicitando a liberação dos animais com a justificativa de que os dois cavalos com suspeita de mormo tiveram resultado negativo para a doença no exame de contraprova.

Para contornar a situação, o Mapa publicou nesta terça, dia 30, uma Instrução Normativa que altera a legislação atual, deixando de exigir um segundo exame de contraprova em casos de suspeita de mormo. Como o Estado de São Paulo possui uma legislação própria para esses casos, a Defesa Agropecuária paulista está elaborando uma nova resolução, acatando a decisão do ministério. A expectativa da Defesa Agropecuária de São Paulo é de que os animais sejam liberados do parque assim que a resolução for publicada no DOU.

Entenda a doença

O mormo é uma doença contagiosa dos equinos, causada por uma bactéria e transmissível ao homem e a outros animais. Os principais sintomas são febre, secreção nasal com pus e sangue, ínguas. Na forma mais grave, a doença ataca os pulmões. A taxa de mortalidade é alta. Não há cura, nem vacina para a doença.