DICAS DO SCOTON

As dicas para um pasto de qualidade na transição da seca para as águas

Saiba como o manejo de pastagens no final da seca garante forragem de alta qualidade e aumenta a produtividade e lucratividade da fazenda. Assista ao vídeo

As dicas para um pasto de qualidade na transição da seca para as águas
As dicas para um pasto de qualidade na transição da seca para as águas

Pecuaristas, o manejo de pastagens no final da seca é crucial para o sucesso de sua fazenda no período chuvoso. Ignorar essa etapa pode comprometer a produção de forragem, o ganho de peso do seu gado e, por consequência, a rentabilidade do seu negócio. Assista ao vídeo e entenda melhor isso.

Nesta quinta-feira (31), o zootecnista Maurício Scoton, professor da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), trouxe dicas valiosas no quadro “Dicas do Scoton” do programa Giro do Boi.

Ele explicou a importância da roçada no final da seca para otimizar o desempenho do pasto na transição para as águas.

A importância da roçada no pasto

Em capins como o panicum (tanzânia e mombaça), o final da seca é marcado pelo “embatamento”, com hastes altas e lignificadas que o gado não consome por serem muito duras.

Se essas hastes não forem roçadas, as novas folhas nascerão apenas na ponta, comprometendo severamente a produção de forragem e o potencial do pasto.

Ao roçar a área, o pasto fica baixo e a brotação acontece a partir do meristema basal (a base da haste). Isso resulta em uma série de benefícios diretos e estratégicos para a produtividade da sua fazenda:

  • Mais folhas e de melhor qualidade: A roçada estimula a produção de forragem de alto valor nutritivo, essencial para o ganho de peso dos animais.
  • Maior eficiência da adubação: O pasto aproveita melhor os nutrientes do solo, o que se traduz em mais arrobas produzidas por quilo de adubo, otimizando o investimento.
  • Aumento da taxa de lotação: Com um pasto de melhor qualidade, você consegue colocar mais animais por hectare, elevando a produtividade da área.

A roçada, que tem um custo baixo em relação ao seu retorno, é, portanto, uma operação de alto impacto na produção da fazenda.

O momento ideal para a roçada

Gado em pastagem na seca. Foto: Reprodução
Gado em pastagem na seca. Foto: Reprodução

O ideal seria roçar o pasto mais próximo da época das chuvas, mas isso pode ser inviável na prática. Em propriedades de grande porte, a roçada de todas as áreas pode não ser concluída antes das águas. Roçar o pasto quando ele já está brotando gera desperdício de nutrientes e perda para a planta.

Por isso, Maurício Scoton recomenda iniciar a roçada no começo de julho, como na Fazenda Marinheiro, por exemplo.

Essa estratégia permite ter tempo hábil para roçar todas as áreas e se preparar para o início das águas com o pasto baixo. A brotação virá da base, resultando em uma produção maior e de melhor qualidade durante todo o período chuvoso.

Outras estratégias para a transição

Detalhe de água límpida caindo em bebedouro de bovinos de corte. Foto: Divulgação/Agropecuária Maragogipe
Detalhe de água límpida caindo em bebedouro de bovinos de corte. Foto: Divulgação/Agropecuária Maragogipe

A roçada é uma das ferramentas mais importantes, mas Scoton ainda destaca outras práticas que fazem a diferença na transição da seca para as águas:

  • Compostagem do esterco: Em fazendas com confinamento, a compostagem do esterco permite aproveitar melhor esse adubo orgânico, reduzindo a quantidade necessária de adubo químico nas pastagens e, consequentemente, o custo de produção.
  • Sequestro do gado: Manter os animais em confinamento (sequestro) no final da seca ajuda a aliviar a pressão de pastejo nas áreas de pasto e permite que a pastagem se recupere e produza mais forragem no início das águas.
  • Limpeza de bebedouros: Garante água de qualidade para o rebanho, um ponto crucial para a saúde e o ganho de peso dos animais.

A combinação dessas práticas, com um planejamento operacional bem-feito, garante que a transição da seca para as águas seja um período de ganho e não de prejuízo.

O resultado é um pasto de excelente qualidade, que parece “uma alface”, pronto para sustentar o bom desempenho do seu gado.