CENÁRIO

Apesar da China, mercado brasileiro do boi volta a sentir pressão

Segundo a Safras & Mercado, após a euforia causada pelas novas habilitações para o mercado chinês, boi gordo retomou trajetória de pressão por oferta

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Foto: Prefeitura Municipal de Santo Afonso-MT

O mercado físico do boi gordo registrou grandes oscilações ao longo da semana.

De acordo com o analista da Safras & Mercado Fernando Iglesias, após a euforia causada pelas novas habilitações para o mercado chinês, que favoreceram altas de preço no mercado futuro, o boi gordo retomou a trajetória de pressão por oferta em alguns estados.

Iglesias ressalta que as indústrias mantiveram escalas de abates confortáveis e testaram patamares mais baixos de preço, como em São Paulo e em Minas Gerais.

“O quadro tende a se tornar ainda mais complicado ao longo do segundo trimestre, considerando o desgaste habitual das pastagens e a consequente perda da capacidade de retenção por parte do pecuarista, levando ao auge da safra do boi gordo”, avalia.

Arroba de boi gordo em relação à semana anterior

  • São Paulo (Capital): R$ 220 (estável)
  • Goiás (Goiânia): R$ 215 (estável)
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 220 (queda de 2,22%)
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 220 (estável)
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 212 (alta de 1,44%)

Atacado

Iglesias destaca que o mercado atacadista apresentou um comportamento misto em seus preços durante a semana, com queda nos preços do traseiro bovino e alta nos cortes do dianteiro.

Ele acrescenta que a segunda quinzena do mês reserva maior propensão para queda dos preços, com a demanda menos aquecida. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,30 por quilo, recuando 1,08% em relação aos R$ 18,50 por quilo da semana passada. O quarto dianteiro subiu 7,69%, passando de R$ 13 para R$ 14 por quilo.

Exportações

As exportações de carne bovina seguem em ótimo nível em termos de volumes, segundo o analista de Safras & Mercado, com o Brasil caminhando a passos largos para um novo recorde histórico.

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 227,808 milhões em março (6 dias úteis), com média diária de US$ 37,968 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 50,612 mil toneladas, com média diária de 8,435 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.501,10.

Em relação a março de 2023, houve alta de 45,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 56% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.