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Boi gordo: abates recuam quase 13% em 2019 frente a 2018, diz Safras

De acordo com a consultoria, a tendência para 2020 é de um confinamento ainda maior, em linha com as projeções delimitadas para a exportação

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Foto: Wenderson Araujo/CNA

A explosão dos embarques no segundo semestre levou a um quadro inédito de descolamento dos preços em toda a cadeia produtiva da carne bovina, segundo avaliação da consultoria Safras & Mercado. O boi gordo e a carne bovina estabeleceram patamares recorde neste período.

No entanto, não foi apenas a demanda chinesa que motivou toda essa situação. Os abates no mês de dezembro apresentaram forte retração, de acordo com dados de Inspeção Federal, Municipal e Estadual. Ou seja, além da demanda em um patamar inédito também deve ser adicionado o fator de restrição de oferta, como elemento capaz de impulsionar os preços em toda a cadeia produtiva.

De acordo com a Safras, o último bimestre foi pautado por forte queda dos abates, agora com números mais próximos da realidade, com menos espaço para revisões por parte do governo no curto ou mesmo no médio prazo. Em novembro os abates atingiram o patamar de 2,62 milhões de cabeças, em novembro de 2018 os abates alcançaram 2,9 milhões de cabeças, uma queda de aproximadamente 9,5%.

Para o mês de dezembro os abates registrados foram de 2,5 milhões de cabeças, uma queda de 12,8% na comparação com 2018, quando os abates atingiram o patamar de 2,86 milhões de cabeças. Na totalidade do ano os números também apresentam recuo, no entanto em menor proporção, no ano passado foram abatidas em torno de 34,08 milhões de cabeças, enquanto em 2018, os abates superaram a marca de 34,58 milhões de cabeças, apresentando queda de 1,4% entre um ano e outro.

“É importante destacar que o recente comportamento dos preços aumento a atratividade do mercado pecuário brasileiro, o que representa uma maior retenção de matrizes neste momento. A tendência para o ano de 2020 é de um confinamento ainda maior, em linha com as projeções delimitadas para a exportação. Como ponto de inflexão resta as incertezas em relação a China,
lembrando que a relação brasileira com o país asiático é de grande dependência, com uma fatia de mercado de aproximadamente 27%”, indica a consultoria.