Boi

Carne bovina perde competitividade frente às proteínas suína e de frango

Segundo a consultoria Cogo - Inteligência em Agronegócio, a carne bovina recuou menos do que as demais em meio à pandemia do novo coronavírus

A crise da covid-19 está afetando a competitividade da carne bovina em relação às carnes de frango e suína, proteínas tradicionalmente mais baratas e que se tornam mais atrativas para o consumidor em momentos de queda na renda, segundo a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio.

No dia 2 de janeiro de 2020, a relação entre a carne bovina e a de frango era de 2,5 vezes, isto é, era possível adquirir 2,5 kg de frango pelo valor de 1 kg de carne bovina (boi casado; traseiro e dianteiros vendidos juntos). No fim de abril, a relação de troca bovina/frango subiu para 3,6 vezes. No caso da carne suína, a relação era de 1,3 vez no início do ano e alcançou 2,3 vezes no fim de abril.

“A perda de competitividade ocorre porque, embora todas as carnes tenham sido pressionadas neste período de quarentena, as de frango e suíno caíram bem mais do que a carne bovina”, explica a consultoria.

Mercado do boi gordo

A arroba do boi gordo acumula alta nominal de 29,8% em São Paulo em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio. Porém, segundo levantamento, apresenta queda de 0,9% no mês e de 7,5% no quadrimestre (janeiro a abril).

“As ofertas de boi gordo para abate começam a crescer principalmente na região Centro-Sul do Brasil, onde o volume de chuvas diminui, limitando a capacidade de pecuaristas de segurar os bovinos no pasto”, informa. Apesar disso, os preços do boi gordo seguem sem grandes alterações.

Segundo a consultoria, com a oferta maior de boi gordo, os frigoríficos conseguiram alongar suas escalas de abate e, com o aumento da disponibilidade em algumas regiões, o volume de negócios já começa a crescer. “Se a disponibilidade continuar avançando e o ritmo reduzido dos abates persistir, a pressão de baixa aumentará”, diz.

O bom desempenho das exportações de carne bovina tem dado sustentação às cotações da arroba no físico, já que o consumo no mercado doméstico continua desaquecido, resultado da crise provocada pelo novo coronavírus. “As indústrias brasileiras continuam limitando as compras, uma vez que não encontram espaço para reajustes nos preços dos cortes bovinos, já que a produção limitada atende a fraca demanda do mercado doméstico”.