Pecuária

Janeiro foi marcado por pressão nos preços da arroba de boi gordo

Os frigoríficos, que abriram o ano com escalas de abate confortáveis, passaram a exercer pressão sobre as cotações

O mercado físico do boi gordo operou com preços pressionados no Centro-Norte brasileiro em grande parte de janeiro.

De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos, que abriram o ano com escalas de abate confortáveis, passaram a exercer pressão sobre as cotações e houve declínio expressivo em estados como Tocantins, Rondônia, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Na região Sudeste, Iglesias afirma que os animais padrão China ofereceram o viés oposto, com alta das cotações e com negócios realizados acima da referência média na última semana de janeiro, embora em patamares mais baixos se comparados aos registrados no final de dezembro do ano passado.

“Um destaque ao longo de janeiro ficou com as exportações de carne bovina bastante expressivas, embora o preço médio da tonelada tenha sido mais baixo. “Esse fator deve impossibilitar que as indústrias consigam pagar mais pela arroba do boi, mantendo os preços em patamares mais baixos ao longo do ano”, diz o comentarista.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 775,883 milhões em janeiro (22 dias úteis), com média diária de US$ 35,262 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 160,191 mil toneladas, com média diária de 7,281 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.849,90.

Em relação a janeiro de 2022, houve ganho de 2,5% no valor médio diário da exportação, alta de 10,8% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 7,5% no preço médio.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Foto: Sérgio Medeiros

Preços a prazo

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim no encerramento de janeiro:

Em São Paulo (SP), a referência ficou em R$ 285 a arroba, baixa de 1,72% frente aos R$ 290 do fechamento de dezembro.

Já em Minas Gerais, os preços foram de R$ 280 a arroba, avanço de 1,75% frente aos R$ 275 do fechamento de dezembro.

Simultaneamente, em Dourados (MS), a cotação foi de R$ 255 queda de 3,77% frente aos R$ 265 do fechamento de dezembro

Ao mesmo tempo, em Cuiabá (MT), R$ 250 a arroba, baixa de 2,34% frente aos R$ 256 observados no fechamento de 2022.

Por fim, em Goiânia (GO), R$ 265 a arroba, retração de 5,36% frente aos R$ 280 no fechamento de 2022.

Boi: atacado registra demanda lenta e preços em queda

O mercado de carne bovina apresentou preços em queda no atacado ao longo de janeiro. Essa condição, de certa forma, contribuiu para as decisões da indústria em exercer pressão sobre os preços pagos pela arroba.

De acordo com Iglesias, a concorrência da carne bovina frente às demais proteínas concorrentes, como a carne de frango e a suína, esteve muito acirrada ao longo de janeiro, o que acabou reduzindo a demanda e determinando um movimento de queda nos preços

O quarto dianteiro, por sua vez, foi cotado a R$ 14 retração de 6,9% frente aos R$ 14,90 praticados no fechamento do ano passado.

Por fim, o quarto traseiro foi precificado a R$ 20 por quilo, queda de 3,38% frente aos R$ 20,70 registrados no final de dezembro.

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