Brasil deve começar a exportar frango para Indonésia em breve

Segundo ABPA, havia interesse comercial de ambos os lados, mas o processo emperrava na resistência dos indonésios em firmar um acordo sanitário com o BrasilO setor avícola brasileiro pode conquistar o mercado indonésio até o fim do ano, após um delicado período de tratativas com o país, disse nesta quarta, dia 29, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Ele afirmou contar com uma decisão positiva em breve após o país recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

– A Indonésia já deu sinais de que quer falar com autoridades brasileiras para conceder espaço ao frango nacional – afirmou.

Turra explicou que já havia interesse comercial de ambos os lados, mas o processo emperrava na resistência dos indonésios em firmar um acordo sanitário com o Brasil. O problema levou o governo brasileiro a pedir a abertura de um painel sobre a questão na OMC, em Genebra.
 
Com o parecer favorável da OMC à causa brasileira, a Indonésia foi notificada de que teria 60 dias para apresentar argumentos sólidos que justificassem a não abertura do mercado, sob o risco de sofrer multas e penalizações. De acordo com Turra, este prazo termina antes do Natal.

– A boa notícia seria de que estamos antevendo que eles não vão deixar passar o prazo que foi concedido – revelou.

A busca por novos mercados é uma das prioridades do setor de proteína animal brasileiro, diante da estagnação do consumo no Brasil nos últimos anos.

– Tem uma janela lá fora que está salvando setor – resumiu.
 
Fator Rússia

Um dos principais motores deste segmento este ano é a crescente demanda russa por proteína brasileira, resultado do embargo do governo de Moscou aos mercados norte-americanos e europeu. Segundo Turra, a média de importação de frango brasileiro pela Rússia foi de 5 mil toneladas mensais até agosto. Em setembro o volume subiu para 20 mil toneladas e, em outubro, deve chegar a 30 mil, de acordo com informações preliminares da ABPA.

– Até o fim do ano o ritmo será este mesmo, de entre 20 e 25 mil toneladas mensais – disse.

No caso dos suínos, também houve aumento, mas em proporção menor por causa da falta de oferta no Brasil. De acordo com o presidente da ABPA, o desafio da indústria brasileira é fidelizar o mercado russo, tradicionalmente instável.

– Essa conjuntura favorável pode durar seis meses ou um ano. Estamos exportando um bom produto sem explorá-los no preço. Na hipótese de os russos voltarem a fazer acordos com os americanos e os europeus, queremos que lembrem que já não somos o mesmo país do passado – disse.

Turra também defende o investimento em tecnologia e inovação para garantir a exportação de produtos com valor agregado, o que garantiria um incremento na receita da cadeia de proteína animal brasileira. Ele estima que a exportação de aves brasileiras termine 2014 com um crescimento de 4% em volume e 6% em receita. Já os embarques de suínos devem ter redução do volume, mas uma alta de até 15% na receita.

Agência Estado