Em cinco décadas de dedicação, Claudio Sabino Carvalho ajudou a transformar a pecuária no Brasil

Criador de gado de elite morreu nesta segunda, em Minas GeraisO pecuarista Claudio Sabino Carvalho, morto nesta segunda, dia 27, em Uberaba (MG), dedicou 47 de seus 68 anos de vida à criação e seleção genética de gado zebu. Sua trajetória começou em 1960, quando herdou a Fazenda Santa Marta, em Naviraí (MS). Em entrevista ao Canal Rural, contou ter recebido ainda, na época, animais do pai e do sogro e aprendido com um tio sobre o trabalho no campo, ao qual passou a se dedicar com exclusividade.

Ao longo da carreira na pecuária, Carvalho, que produzia animais melhoradores, conquistou dezenas de prêmios em exposições e ajudou a transformar e desenvolver a pecuária no Brasil. Somente com progênie de pai, foram 11 títulos. Seus animais eram selecionados com base em avaliações funcionais, como a ossatura e aprumos.

O rebanho de cinco mil cabeças está dividido entre Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Na Chácara Naviraí são quase 50 animais em centrais de inseminação, com raças nelore, nelore mocho, brahman e guzerá. É também uma das líderes no ranking brasileiro de venda de sêmen. Entre 1992 e 2010, comercializou quase 1,5 milhão de doses. Os touros Naviraí foram responsáveis por 10% do sêmen vendido em todo o Brasil em 2010.

Carvalho foi diretor da Associação Brasileira de Criadores de Zebu na década de 1980 e, atualmente, era vice-presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, entidade dedicada ao melhoramento genético.

Ao Canal Rural, constantemente falava sobre o amor à família e à natureza. Dizia ainda se sentir privilegiado por ser pecuarista. “É muito bom estar no pasto, andar a cavalo. O gado é uma escola. Estar perto da natureza parece que nos deixa mais perto de Deus”, afirmou em recente entrevista à emissora.