Com custo em alta, suinocultura estima prejuízo de R$ 8 milhões ao mês

O produtor que vendeu a arroba do suíno entre R$ 68 e R$ 69 está tendo uma perda, em média, de R$ 50 por animal abatido

criação de suínos
Foto: Thiago Gomes/Susipe

O alto custo dos insumos e a queda constante dos preços do suíno vivo fizeram a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS) estimar que o setor está enfrentando um prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões por mês, considerando um abate de 159 mil animais no período.

Em comunicado, a entidade esclareceu que na última sexta-feira, 17, os melhores negócios do animal abatido (carcaça) eram realizados por R$ 6,05 o quilo, na região de Campinas (SP). Para o suinocultor, esse valor de venda representou um recebimento de R$ 69,75 a R$ 75,75 por arroba do animal vivo, contra R$ 80 a R$ 82 no mesmo período do ano passado.

Já os custos de produção estão por volta de R$ 78 e R$ 80 por arroba, sinalizando que o suinocultor que vendeu a carne entre R$ 68 e R$ 69 está tendo um prejuízo de R$ 10 por arroba, o que representa, em média, uma perda de R$ 50 por animal abatido.

Insumos

A tonelada do farelo de soja está cotada em torno de R$ 1.450, nas condições posto granja com prazo de sete dias, afirma a entidade. Utilizando o crédito do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o valor final fica em R$ 1.328 na granja. Atualmente, um quilo de suíno vivo compra 2,52 quilos de farelo de soja, sendo que o ideal seria de pelo menos 4,5 quilos.

O milho segue cotado entre R$ 40 e R$ 41 por saca. Com as cotações atuais, a relação é de 1 para 5,41, neste caso, um quilo de suíno compra 5,41 quilos de milho. O ideal é de pelo menos 7,5 quilos, diz a APCS.

A alta do dólar, que saiu de R$ 3,17 para R$ 3,90 em um ano, é considerada um dos itens que elevou o custo de produção do setor, já que muitos ingredientes utilizados na ração animal são dolarizados.