Crise na pecuária faz produtores de Mato Grosso do Sul pedirem ajuda ao governo

Pequenas e médias empresas já dispensaram funcionários no EstadoA crise na pecuária faz com que pequenos e médios frigoríficos de Mato Grosso do Sul enfrentem dificuldades de manter as portas abertas. Sem condições de competir com grandes grupos do setor, muitos já dispensaram os funcionários e se mobilizam para cobrar apoio do governo para que a situação não fique ainda pior.

Nos últimos seis anos, o vendedor Diego Silva Rocha trabalhou como conferente em um frigorífico em Campo Grande. Já estava acostumado com os altos e baixos durante a entressafra, quando geralmente as empresas concedem férias coletivas aos funcionários para driblar a escassez de boi gordo. Mas este ano foi diferente e o abatedouro onde trabalhava fechou definitivamente as portas. Ele e outros 400 funcionários foram demitidos.

Rocha afirma que a crise deste ano é grave e que, por sorte, ele conseguiu outro emprego, fazendo compra e venda de gado para um pecuarista. Assim, consegue sustentar a família, diferente de outros funcionários, que ainda estão desempregados.

Este caso é um retrato da crise que atinge os pequenos e médios frigoríficos do Estado. Na concorrência com os grande grupos, a diminuição dos abates foi a saída encontrada por muitas empresas.

Uma distribuidora de carnes, que trabalhava com desossa e  abastecia 30% dos supermercados de Campo Grande, está com os trabalhos suspensos há dois meses. Enquanto isso, outro frigorífico fechou no início do mês, causando um prejuízo de pelo menos R$ 12 milhões aos criadores.

Diante da situação, considerada crítica, os empresários pediram socorro ao governo do Estado. Uma das propostas é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que incide sobre o preço da carne para o mercado interno.

A alternativa por enquanto foi descartada pelo governador André Puccinelli, que criou uma comissão para discutir idéias que possam acabar com a crise do setor. O grupo tem 30 dias para apresentar as possíveis soluções. O presidente da Assocarnes, Aldair Heberle afirma que, se não houver solução urgente, outras empresas fecharão as portas, já que ninguém irá trabalhar no prejuízo.