Em 2021, Brasil registrou recorde de produção de proteína animal

Pecuária

Em 2021, Brasil registrou recorde de produção de proteína animal

Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) registrou produção de 14,3 milhões de t de frango e 4,7 milhões de t de suínos neste ano

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2021, apesar de ser mais 1 ano de pandemia, a indústria de proteína animal registrou mais um recorde de produção. Foram 14,3 milhões de toneladas de carne de frango, 4,7 milhões de toneladas de suínos e 54 milhões de ovos.

Tais números reafirmam que, durante os últimos 2 anos de pandemia, a indústria brasileira de proteína animal não paralisou a sua produção, como aconteceu em alguns países. Assim, o setor conseguiu cumprir um papel importante de atender a demanda dos consumidores do Brasil e do exterior.

Porém, embora tenha sido alcançado um recorde na produção de carne suína, de frango e de ovos, a rentabilidade ficou apertada por causa do custo de produção.

“Fizemos mais oferta do mercado interno do que havia no ano anterior. A gente aumentou a oferta para os brasileiros para que eles pudessem ter mais capacidade de comer, inclusive em substituição a carne bovina que está mais cara e a diminuição de poder de compra das pessoas deu mais chances de comer mais frango, suínos e ovos. Então por esse lado foi positivo”, diz Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Exportações à China

Essa grande oferta serviu não só para atender o mercado interno, mas também para aumentar o volume de exportações, que bateu recordes. Com ajuda de um câmbio favorável, as receitas em dólar ajudaram a minimizar o impacto dos custos de produção.

A China continua sendo a maior importadora da carne suína e de frango do Brasil. De todo o volume exportado em 2021 de carne suína, 48% têm como destino os chineses. No caso da carne de frango, houve uma pequena redução de 4% em comparação ao ano passado, mas o Brasil embarcou mais de 600 mil toneladas.

Porém, nos últimos 2 meses, os chineses diminuíram um pouco o ritmo de compras porque fizeram um movimento de abates antecipados. Com isso, aumentou a oferta no mercado local e os preços sofreram uma redução.

Busca por novos mercados

A China já anunciou que vai ser autossuficiente da produção de carne suína em 95%. Por isso, segundo Santin, espera que, em 2021, o Brasil consiga abrir o mercado do Canadá, México e Europa.

“Temos uma boa notícia: a Rússia, que tinha se tornado exportadora, agora está voltando a importar porque por causa da peste suína africana que continua na Eurásia e Ásia. E aí a Rússia está fazendo uma cota de 100 mil toneladas. É um volume bastante importante de um produto que inclusive é muito similar do que se exporta para a China”, analisa o presidente da ABPA.

Reformas Estruturantes

De acordo com Santin, para 2022, será fundamental reduzir o chamado “custo Brasil” que o produto seja mais competitivo e que não haja dependência do câmbio. “O câmbio ajudou demais, foi muito importante para a gente passar essa travessia dos últimos dois anos, mas a gente sabe que o Brasil estabilizando um pouco mais, as economias, fazendo as reformas estruturantes que estão precisando, o câmbio vai retroceder”.

Por isso, ele aponta “uma reforma tributária, novos berços de portos maiores e calados mais profundos para receber navios maiores são coisas simples, como agora a aprovação da BR do Mar” (que vai permitir a cabotagem das áreas oceânicas da costa brasileira) como melhorias necessárias.

Ano novo

Apesar de todas as dificuldades, o setor espera produzir em 2022 cerca de 14,7 milhões de toneladas de aves e 4,8 milhões de toneladas de suínos para continuar mantendo o equilíbrio entre a demanda interna e internacional. Segundo a ABPA, uma coisa que não deve mudar em 2022 em relação a 2021 é: as carnes suínas e de frangos estarão presentes nos churrascos brasileiros.

Sair da versão mobile