Rui Prado, presidente da Famato, explica que as sugestões encaminhadas ao governo se baseiam em estudos técnicos, que foram elaborados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo ele, o estudo do Imea, que é vinculado à Famato, identificou que a linha de financiamento específica para reforma de pastagem deve ter prazo mínimo para pagamento de 13 anos e taxa de juro menor ou igual a 5,5% ao ano.
O gestor do núcleo técnico da Famato, Eduardo Godoi, comenta que outra medida sugerida pela entidade, é a criação do preço mínimo do boi gordo no valor de R$ 70 por arroba, com objetivo de garantir a estabilidade da atividade pecuária. Ele diz que o preço mínimo da arroba do boi gordo pode ser calculado a partir do levantamento do custo de produção regional, levando-se em conta despesas e características dos sistemas de produções locais.
Segundo Rui Prado, a pesquisa do Imea identificou também que a rentabilidade da pecuária em Mato Grosso, que tem o maior rebanho bovino do País, é significativamente menor quando comparada à do setor agrícola. Por isso, diz ele, a sugestão é que as taxas de juros aplicadas ao custeio pecuário sejam de 5,5% e não mais de 6,75%.
Outra proposta apresentada pela Famato é a elevação do limite máximo de crédito por produtor, dos atuais R$ 650 mil para R$ 1,3 milhão, no caso do custeio agrícola em Mato Grosso. Rui Prado argumenta que como cerca de 52% das propriedades que produzem soja têm mais de 1 mil hectares, os recursos oficiais são insuficientes para bancar o custeio, o que leva os agricultores a buscar outros tipos de financiamento.
Soja e milho
Com base nos estudos do Imea, a Famato também pede aumento nos preços mínimos da soja e do milho para Mato Grosso, para proteger os produtores ante a possibilidade de redução dos preços das commodities. A Famato propõe que o preço mínimo da soja passe dos atuais R$ 22,87 para R$ 27,00. No caso do milho, “o ideal é elevar o preço mínimo de R$ 12,60 para R$ 14,00 a saca”.
A Famato também pede aumento no volume de crédito para investimento. A entidade argumenta que o estudo do Imea mostra que os limites por CPF para as linhas de crédito voltadas a investimentos (Moderinfra e Moderfrota/Pronamp) não são suficientes e não atendem as necessidades dos produtores mato-grossenses. A Famato sugere que os limites sejam aumentados para R$ 2 milhões no Moderinfra e para R$ 500 mil no Moderfrota/Pronamp, além de elevar a renda bruta anual dos médios produtores de R$ 700 mil para R$ 2 milhões em Mato Grosso.