Fenasul reforça bom momento da agropecuária no Rio Grande do Sul

Feira de Terneiros, na abertura da mostra em Esteio, faturou 70% mais do que a edição anteriorA temporada aquecida nos remates de outono foi confirmada nessa quinta, dia 27, no primeiro dia da 6ª Feira de Agronegócios do Sul (Fenasul), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). O início da comercialização ficou por conta da 8ª Feira de Terneiros, um dos principais eventos da mostra.

Com quase toda a oferta negociada ? dos 1.466 animais em pista, 1.274 foram vendidos (886 angus certificados) ?, o remate faturou R$ 760.741. A média do quilo vivo dos machos ficou em R$ 3,17, acima da dos leilões no Interior (R$ 3). Na feira do ano passado, o valor foi de R$ 2,82 entre os machos.

? Estávamos prevendo seguir a média, mas superamos. A avaliação é positiva, o faturamento cresceu cerca de 70% em relação aos R$ 447 mil de 2009 e vendemos para vários municípios do Estado ? afirma o coordenador da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong.

O preço do boi gordo está em recuperação no Rio Grande do Sul e ajuda a dar impulso às cotações dos terneiros, explica Schardong. A demanda em alta é creditada ainda à qualidade dos animais ? ao contrário do ano passado, quando a seca do outono prejudicou a oferta ? e ao enxugamento do mercado pela exportação de gado em pé para países do Oriente Médio.

A gerente administrativa e financeira da Associação Brasileira de Angus (ABA), Juliana Brunelli, destacou o sobrepreço de 21% dos animais certificados em relação aos sem certificação, acima dos 9% de média das outras feiras deste ano e dos 5% da Fenasul de 2009. Os angus certificados foram vendidos na quinta a R$ 3,34 o quilo, enquanto os não certificados, a R$ 2,76.

O atual momento nas vendas de animais anima os pecuaristas ? e irmãos gêmeos ? Joselito e Eduardo Telles Maciel, proprietários da Cabanha Manto Azul, de Santo Antônio da Patrulha. Eles levaram 50 exemplares para o remate de terneiros. Para Eduardo, as médias elevadas em leilões mostram tendência de aquecimento do mercado de boi gordo no Estado e têm relação com um aperto na oferta para o abate nos próximos meses, puxado pela exportação de animais vivos e pelo aumento do custo das sementes de azevém, que teria desestimulado a formação de pastagens de inverno.