PARA PEQUENOS PRODUTORES

Fundo JBS pela Amazônia apresenta programa de apoio para transição à pecuária de baixo carbono

Projeto JUNTOS: Pessoas+Floresta+Pecuária quer atender mais de 3.500 famílias na Amazônia Legal, também com suporte para busca do desmatamento zero

Fundo JBS pela Amazônia , em discussão na COP28
Foto: JBS

O Fundo JBS pela Amazônia apresentou oficialmente neste domingo (10), na COP28, o programa JUNTOS: Pessoas + Florestas + Pecuária, iniciativa que integra modelos de negócios escaláveis que geram valor a partir da melhoria do uso da terra e aumento de produtividade.

O objetivo é liberar áreas para a recuperação florestal e outras atividades produtivas, garantindo a rastreabilidade e promovendo uma renda digna para famílias de pequenos produtores de pecuária da Amazônia.

A apresentação, realizada pela diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia, ocorreu durante o painel “Como apoiar o Pequeno Produtor numa Transição Justa para uma Agropecuária de Baixo Carbono na Amazônia”, organizado pelo Hub da Amazônia Legal e conduzido pelo secretário adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio.

Ao longo dos próximos dez anos, o Fundo JBS espera destinar R$ 100 milhões ao JUNTOS, além de alavancar financiamentos públicos, privados e doações que possam fomentar mais de R$ 900 milhões em investimento nos hubs e nas propriedades atendidas.

Pecuária de baixo carbono

A primeira etapa da iniciativa favorece a inclusão do produtor de bezerros e garrotes na transição para a pecuária de baixo carbono. A iniciativa estima mais que dobrar a renda do produtor, considerando toda a propriedade.

Nas áreas intensificadas, informa o Fundo JBS, a rentabilidade pode aumentar em até seis vezes.

A proposta também prevê uma cadeia rastreada desde a origem e com compliance socioambiental. A ideia é ter hubs de negócios que deem suporte ao pequeno produtor na reforma de pastagem, no acesso a tecnologias para a melhoria de produtividade, por meio de técnicas agrossilvipastoris, suprindo o mercado com um animal de boa qualidade e de baixo carbono.

“Hoje, a estrutura da pecuária no Brasil é um ciclo longo, e você tem muitos intermediários para fazer a rastreabilidade. A ideia é encurtar essa cadeia. Com mais rastreabilidade, a gente passa a ter mais controle, e pode retirar da produção aqueles que têm alguma irregularidade no seu processo”, disse Liège Correia.

De acordo com o secretário adjunto do Pará, hoje 90% das propriedades rurais do estado está nas mãos de agricultores familiares, o que ocorreria em toda a Amazônia. “Eles retém 50% do rebanho e da pecuária do estado. O contexto é de baixíssima produtividade. Nossa média de produção está em 60 quilos por hectare/ano, quando a média que deveria ser perseguida é de 300 quilos por hectare/ano. Esse, portanto, é o cenário: baixa produtividade, tecnologia, regularização ambiental, fundiária e pouco acesso a crédito”, disse Raul Protázio.

A questão do acesso ao crédito pela agricultura familiar foi um dos destaques da apresentação de Leonardo Botelho Ferreira, head de Cooperação Internacional do BNDES. que também participou da
discussão. “A Amazônia tem diversos tipos de empreendimentos e cada um deles precisa de um tipo de financiamento. Nesse sentido, o BNDES pretende criar diferentes produtos. Nós já conseguimos praticamente dobrar os recursos do banco para projetos ligados à agricultura familiar. Isso representa um salto de R$ 5,7 bilhões no período 2022/2023 para R$ 11,6 bilhões em 2023/2024”, afirmou.

O Canal Rural acompanha a COP28 com apoio de Portos do Paraná, OCB, CNA/Senar e ApexBrasil