PARA EVITAR COLAPSO DO SETOR

Leite: Faesp pede ao governo de SP medidas fiscais para proteger cadeia produtiva

Segundo a entidade, alto volume de importação de leite em pó de países do Mercosul causa impacto na formação do preço em todo o Brasil

Leite em pó
Foto: Prefeitura Municipal de Mococa-SP

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) encaminhou ofício, na quinta-feira passada (4) ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pedindo a adoção de medidas fiscais para proteger a cadeia produtiva paulista do leite.

Segundo comunicado da Faesp, o alto volume de importação de leite em pó de países do Mercosul, em especial da Argentina e do Uruguai, causa impacto na formação do preço do leite em todo o Brasil, provocando a atual crise enfrentada pela bovinocultura de leite no estado, com risco de a atividade entrar em colapso.

São Paulo é responsável por 27% do volume de importações de leite em pó no país, segundo a Faesp.

No ofício ao governador, a Faesp destaca a importância da normatização do subsídio de R$ 0,10 por litro de leite, para produtores de até 300 litros/dia, anunciada em fevereiro, mas que ainda está pendente de publicação oficial.

A Faesp recomenda que o governo paulista “adote uma medita urgente para desestimular a importação, ao mesmo tempo que faça uma revisão das políticas tributárias para identificar possíveis distorções que beneficiem as empresas importadoras de lácteos”.

Ainda no documento enviado ao governador, a Faesp informa que outros estados já tomaram medidas de suspensão de benefícios fiscais às empresas que estão importando o leite em pó e outros derivados lácteos, como queijos.

Minas Gerais, Goiás e Alagoas publicaram decreto suspendendo benefícios fiscais por 90 dias, o que torna a importação de leite mais cara, como forma de frear a entrada do produto.

Em Mato Grosso, um projeto de lei, que seguiu para sanção do governador, retira benefícios fiscais de empresas que importam leite em pó.