MP denuncia 10 por fraude em queijo no RS

Acusados adulteravam o produto para mascarar colocação de água no leiteO Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta sexta, dia 26, dez pessoas por envolvimento em um esquema de fraude na produção de queijo da Lacticínios Progresso, com sede na cidade de Três de Maio, no norte do estado. A primeira fase da operação Queijo Compen$ado, deflagrada no último dia 16, detectou uma série de irregularidades. 

Fonte: Karen Couto/Canal Rural

O fabricante adicionava milho ao queijo para mascarar a colocação de água no leite que era usado no processo de produção. Também ficou comprovada a compra de matéria-prima fora dos padrões da indústria, e as análises do produto apreendido no dia da ação confirmaram a presença de coliformes fecais.

O MP-RS ofereceu denúncia contra os proprietários da Laticínios Progresso Volnei Fritsch, Eduardo André Ribeiro e Pedro Felipe Fristsch – os três presos preventivamente –; a irmã de Volnei, Roselaine Fritsch; o motorista Arnildo Roesler; o funcionário da empresa e olheiro da quadrilha Neimar Hosda; o apoiador do esquema (em especial na distribuição) Claudio Fuhr; o ex-secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Três de Maio Valdir Ortiz; o veterinário da Prefeitura de Três de Maio Marcelo Paz Carvalho; e a companheira de Eduardo, Andreia Abeling.

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De acordo com as investigações, o esquema funcionava pelo menos desde abril de 2012. Volnei Fritsch, Eduardo André Ribeiro e Pedro Felipe Fritsch participavam ativamente da fraude, pois adquiriam amido para usar na fabricação dos produtos, com a finalidade de aumentar o volume. A carga, depois de ser produzida em Três de Maio, era transportada por mais de 450 quilômetros, clandestinamente, até Ivoti, na região metropolitana de Porto Alegre, onde os queijos eram fatiados e distribuídos pelo Estado.

Além das irregularidades relativas à fabricação do queijo, o MP-RS detectou lavagem de dinheiro através de depósitos nas contas de Roselaine e Andreia. Ainda houve crime de corrupção passiva e ativa envolvendo os funcionários dos órgãos públicos, que conheciam e acobertavam a atividade criminosa, bem como favoreciam a Lacticínios Progresso em troca de “patrocínios”.