Preços de lácteos se manterão baixos

Aumento de produção e enfraquecimento da demanda são principais motivos

Fonte: Divulgação/Canal Rural

O mercado mundial de leite vem enfrentando algumas questões que influenciam significativamente seus preços e devem mantê-los em patamares historicamente baixos. Os destaques, segundo o Instituto de Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram a diminuição das compras chinesas no fim do ano, devido aos altos estoques desse país, e a proibição da Rússia à entrada de produtos lácteos de países da União Europeia, Estados Unidos e Austrália. 

O Imea destaca também um aumento da produção em tradicionais países produtores de leite, o que levou a um excedente de produtos no mercado internacional e a um elevado volume disponível para exportação. 

Assim, segundo a FAO, os preços internacionais dos produtos lácteos devem permanecer em patamares historicamente baixos. Esse cenário também afeta o setor lácteo brasileiro e mato-grossense, com mais um agravante, que é a queda na demanda interna. Dessa maneira, um olhar mais atento para a produção dentro da porteira é essencial para os produtores conseguirem passar por este momento crítico da atividade.

Sinal de alerta

Na última semana o Imea divulgou o relatório do Valor Bruto da Produção (VBP) para o agronegócio de Mato Grosso, com estimativas desanimadoras para a pecuária de leite do estado. De acordo com os dados, o VBP do leite em MT vinha apresentando aumentos expressivos, em 2014 o VBP do leite chegou a 498 milhões, sendo o maior dos últimos anos. 

Ante a atual conjuntura econômica o cenário para 2015 deve ser de queda, puxado pela expectativa de menor produção. Isto ocorre, devido à margem do produtor ter reduzido drasticamente e, em consequência, alguns produtores desistiram da atividade. 

Caso se confirmem as projeções para 2015, o VBP do leite passaria de 498 para 484 milhões, o que representaria uma queda de 3% no setor produtivo. Esta redução no VBP é justificada pelo momento complicado que o setor lácteo está passando, porém ainda é o 2° maior de Mato Grosso.