Preços do leite devem recuar neste mês, projeta Cepea Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Leite

Preços do leite devem recuar neste mês, projeta Cepea

Pesquisas da entidade, ainda em andamento, indicam que a redução da cotação pode variar de 5% a 12% em relação ao mês anterior

leite de vaca
Foto: Seagri-DF

Os preços do leite ao produtor no primeiro semestre do ano subiram 21% na “média Brasil” líquida devido à elevada competição entre indústrias para garantir a compra de matéria-prima e à menor oferta neste primeiro semestre. No entanto, a dificuldade dos laticínios em repassar a valorização da matéria-prima ao consumidor deve pressionar as cotações ao produtor já em julho, referente à captação de junho.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a intensidade da queda dos preços deve variar entre os estados, mas as fracas negociações de derivados no mês anterior e as margens espremidas das indústrias podem levar a recuos expressivos.

Pesquisas da entidade, ainda em andamento, indicam que a redução pode variar de 5% a 12% em relação a junho. A queda expressiva dos preços ocorre antes do que é tipicamente observado. Segundo análises de sazonalidade, a baixa ocorre em setembro, após o pico da entressafra no Sudeste e Centro-Oeste.

Maiores patamares

As consecutivas valorizações do leite desde o início do ano levaram as cotações aos maiores patamares da série histórica do Cepea, num contexto de acirrada competição dos laticínios e estagnação econômica do consumo. “Até agora, o comportamento dos preços deste ano lembra o verificado em 2017, com o primeiro semestre de altas, em virtude da oferta limitada, e cotações em queda antes do pico da entressafra”, comenta a entidade em boletim.

O Cepea ressalta, no entanto, que antes de assumir que os preços do segundo semestre de 2019 irão despencar como em 2017, é preciso pontuar uma diferença fundamental entre os períodos: até agora, a produção de leite ainda não reagiu como naquele ano – e isso não se deve apenas às condições sazonais (redução de chuvas no Sudeste e Centro-Oeste e diminuição da qualidade das pastagens).

Desde 2017, muitos produtores deixaram a atividade e boa parcela dos que ficaram estão endividados. Houve e ainda há grande insegurança de produtores em realizar investimentos de longo prazo devido às incertezas no curto prazo. Mesmo com os altos preços no primeiro semestre e a relação de troca com o milho favorecida, a produção de leite neste ano pode variar pouco em relação ao volume de 2018.

“A dificuldade de prever o comportamento dos preços neste segundo semestre se dá pela encruzilhada em que as indústrias se encontram: de um lado, com vendas fragilizadas de derivados e, do outro, disputando volume com concorrentes para assegurar matéria-prima, diminuir ociosidade não planejada (que se traduz em custos) e manter seus shares (participação) de mercado”, explica o Cepea.

De acordo com pesquisadores, o período de quedas se iniciou, mas a expectativa dos agentes quanto à intensidade dos recuos daqui para a frente é muito divergente. Enquanto os valores do leite longa vida (UHT) e da muçarela seguem oscilando, mas com tendência à queda, o mercado à vista mostra leve alta das cotações na segunda quinzena de julho, indicando possibilidade de variação pequena para os preços do produtor em agosto.

Sair da versão mobile