Ministério da Pesca quer incluir setor no Fundo Social do Pré-Sal

Abertura da Terceira Conferência Nacional da Aquicultura e Pesca reuniu pescadores, ministros e parlamentaresO Ministério da Pesca quer incluir o setor no Fundo Social que deve ser abastecido com o dinheiro da exploração de petróleo do pré-sal. O pedido foi feito pelo ministro Altermir Gregolin nesta quarta, dia 30, durante a abertura Terceira Conferência Nacional da Aquicultura e Pesca, em Brasília.

? No Fundo Social do Pré-Sal, eu entendo que a pesca está contemplada em dois eixos: combate à pobreza, especialmente em pesca artesanal, e em relação ao desenvolvimento sustentável e geração de tecnologias ? afirmou Gregolin.

Mas, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o governo, há outras prioridades que precisam ser contempladas pelo fundo.

? O que nós enviamos para o Congresso é a posição do governo. O investimento é em educação, combate à pobreza e fazer um esforço para inovação e apostar na pesquisa científica e tecnológica, acompanhado por expansão dos recursos para cultura e, como somos defensores de uma matriz energética renovável, o governo acha que tem que investir no meio ambiente

Criado para discutir o desenvolvimento do setor no país, o evento reuniu cerca dois mil pescadores, ministros e parlamantares.

A pesca e aquicultura movimentam R$ 3 bilhões por ano, com uma produção de aproximadamente 1,1 milhão de toneladas, gerando empregos para cerca de 3,5 milhões de trabalhadores. Para o pescador artesanal Mardônio Carneiro, que veio do Ceará, a conferência é uma oportunidade de debater políticas públicas que possam melhorar a vida de quem vive dessa atividade no Brasil.

? Desde a questão da segurança social, formação profissional, investimentos, mudanças nas embarcações e infra-estrutura do pescado. Tudo isso precisa ser melhorado ? diz ele, que também é presidente da Comunidade de Pescadores da cidade de Deberibe (CE).

Durante o encontro, que vai até esta sexta, dia 2, foram firmados acordos nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação da pesca, além de projetos de capacitação para os trabalhadores. Também foi assinada uma norma técnica para a liberação da linha de crédito do Pronaf Mais Alimentos que vai financiar a modernização da frota artesanal. Serão destinados R$ 100 mil para cada pescador, com 2% de juros ao ano, e prazo de 10 anos para pagar.