Ministro da Agricultura sai em defesa da suinocultura brasileira

Stephanes está preocupado com uma possível queda na receita do produtoA decisão do Egito de abater todos os 250 mil suínos do país para evitar um possível contágio de gripe suína causou apreensão ao mundo. O nome da doença é questionado, já que até o momento não há notícia de contaminação entre animais, apenas entre humanos.

Preocupado com uma provável queda no consumo de carne suína, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, saiu, nesta quarta, dia 29, em defesa do produto. O Brasil é o quarto maior exportador de carne suína do mundo. No ano passado, vendeu 530 mil toneladas para mais de 50 países, gerando uma receita de US$ 1,4 bilhão.

Se a crise internacional já começava a provocar uma queda nos rendimentos, a desinformação a respeito da gripe suína agora pode causar prejuízos ainda maiores. Novos negócios, por enquanto estão parados.

O ministro pretende tranqüilizar o mercado externo com relação à sanidade dos suínos.

? O Brasil está preparando um documento para os grandes importadores de suínos, mostrando que o país tem segurança na sua produção e deixando muito claro que não há nenhuma possibilidade do Brasil exportar uma carne que venha a ter problemas. Nossa carne está sanitariamente correta e ela não tem nenhum problema relacionado a qualquer questão de gripe suína ? defendeu Stephanes.

O documento será finalizado nesta quinta e enviado imediatamente aos principais importadores de carne suína brasileira.  Segundo o ministro, as exportações do produto cresceram 18% entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008. Há 24 horas, técnicos de uma missão brasileira retornaram da Rússia. O país que já adquire metade do que o Brasil exporta pode aumentar ainda mais as compras.

? Nós achamos que o mercado vai se manter. Por um lado, podemos até ter uma perspectiva de aumento de mercado, já que está havendo restrição ao mercado americano por parte de alguns países e exatamente o Brasil pode ocupar pelas suas condições da sua produção ? afirmou Stephanes.

O nome da doença também incomoda, pois esta mutação do vírus influenza só foi identificada em humanos e não em suínos.

? A Organização Mundial de Saúde é quem deve definir isso. Não cabe a nós (governo brasileiro) definir. Porém, eu não pretendo chamar isso de gripe suína porque não é.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, afirma que está havendo uma certa perplexidade no mundo.

? Nestes últimos três dias, 2ª, 3ª, 4ª, estamos vivendo uma certa paralisia nos negócios. Todo mundo esperando o dia de amanhã, eu acho que existe não interrupção de negócios, mas paralisia no sentido de não contratar os novos ? disse Camargo.