Peste suína africana deve mudar dinâmica do comércio global

Doença está avançando na China e pelo leste europeu, tendo sido registrada na Bélgica, de acordo com a chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves

Foto: Nelson Morés/Embrapa Suínos e Aves

A chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, destacou, em palestra na PorkExpo, em Foz do Iguaçu (PR), as preocupações com os avanços das doenças transfronteiriças. “Umas das maiores preocupações atuais é a peste suína africana, que está avançando na China e pelo leste europeu, tendo sido registrada na Bélgica. A doença preocupa muito a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e deverá mudar a dinâmica do comércio global de carne suína”, alerta.

Janice Zanella ressalta que a doença tem se espalhado rapidamente pela China, especialmente em áreas que registram a presença de javalis. “Eles acabam entrando em contato com animais comerciais e favorecendo o avanço do surto. Em agosto, três casos de peste suína africana notificados à OIE no país. Em setembro, o número saltou para 20, o que acabou interferindo no mercado do país. O mais preocupante é que a doença não possui vacina, o que acaba dificultando ações de controle”, comenta.

A instituição lembra que a doença, registrada no Brasil na década de 1970, foi plenamente erradicada, embora seja preciso reforçar as ações preventivas para evitar a reemergência no país.

“Como a doença é transmitida pelo ar, sempre traz preocupação. Nesse sentido, é interessante sempre reforçar os recursos de detecção, por meio de sistemas de alerta, treinar e capacitar veterinários, conhecer as características da doença, identificar os pontos de risco e estabelecer um sistema de vigilância e de laboratórios, de modo que o país possa estar preparado para estabelecer não somente o controle desta enfermidade, mas de outras”, afirma a chefe-geral da entidade.