• Produtores de leite de Mato Grosso devem ser beneficiados pela demanda aquecida
A “média Brasil” leva em conta a média dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo ponderada pelo volume captado em junho. Segundo os colaborados do Cepea, a demanda por derivados ainda esteve pouco aquecida neste mês de final da Copa do Mundo e férias escolares, refletindo em maiores estoques no período e na diminuição dos preços ao produtor.
Paralelamente, as chuvas favoreceram a produção neste início da safra na região Sul, ainda que em algumas mesorregiões dos Estados sulistas o excesso de precipitações tenha prejudicado a coleta do leite. No balanço dos sete Estados, o Índice de Captação do Leite (ICAP-L) do Cepea em junho teve aumento de 4,3%. No Paraná, a captação de junho foi 12,1% maior que a de maio; no Rio Grande do Sul, o aumento foi de 8,2% e, em Santa Catarina, de 5,6%. São Paulo e Minas Gerais também tiveram acréscimo nas captações, de 0,7% e 3,6%, respectivamente, enquanto que em Goiás houve queda de 2,4% e na Bahia, de 2,8%.
Para julho e próximos meses, as expectativas ainda são de aumento na produção da região Sul, visto que a safra está apenas começando.
– A captação em algumas regiões, no entanto, pode ter problemas devido ao excesso de chuvas. Da mesma forma, as precipitações de julho em alguns Estados da região Central e Sudeste podem influenciar no aumento da captação dessas praças – diz o Cepea.
Ainda de acordo com o centro de estudos, em julho as cotações dos derivados no atacado paulista tiveram alta. Na média mensal, o leite UHT esteve a R$ 2,299 o litro e o queijo mussarela, a R$ 12,856 o quilo (cotações até o dia 30), o que representa altas de 3,17% e de 0,36% em relação a junho, respectivamente. Para os colaboradores do Cepea, “o final da Copa motivou alguma melhora das vendas, refletindo nas cotações no decorrer de julho”. Além disso, profissionais relataram que empresas produtoras de UHT, “geralmente de maior porte em relação às produtoras de queijos, forçaram alta dos preços alegando impactos na captação no Sul”.
Quanto aos preços a serem pagos aos produtores em agosto, representantes de laticínios/cooperativa consultados pelo Cepea se dividem entre queda e estabilidade. Dentre os entrevistados, 46,4%, que representam 23,4% do leite amostrado, acreditam em estabilidade para o próximo mês; já outros 29,8% dos agentes, que respondem por 53,7% do volume captado, indicam queda. Os demais 23,8% (representam 22,9% do leite) esperam alta nos preços em agosto.