Produtores participam de prevenção à tuberculose e à brucelose

Para controlar as doenças, são feitos três testes sorológicosProdutores do sul do país estão fazendo parte de um projeto piloto para prevenir a tuberculose e a brucelose. A iniciativa do Ministério Público foi uma resposta a um pedido de um criador de gado leiteiro que perdeu 60% do rebanho por causa da tuberculose. O caso ocorreu em 2008 no município gaúcho de Arroio do Meio.

Cada uma das 61 vacas leiteiras da propriedade de Jandir Steffens, em Arroio do Meio, produz em média 17 litros de leite por dia. A renda da família vem toda da pecuária leiteira. O criador, que está há 15 anos na atividade, nem cogita a possibilidade de ter problemas sanitários em seu rebanho, por isso foi um dos primeiros a aderir ao projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose.

Junto com Steffens, outros três mil produtores de seis municípios no Vale do Taquari estão participando desse programa inédito no país. Para controlar a doença, são feitos três testes sorológicos para as duas doenças. O custo total por animal é de R$ 9,10 por amostragem. Metade desse valor é pago pelo produtor. O restante, bancado pelo município. Para o pecuarista, o investimento na prevenção dessas doenças tem que ser visto como lucro e não custo.

Desde que foi criado o projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose, há quase um ano, o número de animais contaminados aqui no Vale do Taquari diminuiu. Nos últimos dez meses, foram diagnosticados 204 casos de tuberculose e 51 casos de brucelose, o equivalente a 0,54% do rebanho.

Os animais doentes foram sacrificados e 80 produtores receberam indenização, mas para isso tiveram que se comprometer que irão permanecer na atividade.

A brucelose e a tuberculose são doenças que podem ser transmitidas dos bovinos para o ser humano. Além disso, trazem prejuízos econômicos aos produtores como redução na produtividade de carne e de leite.

Para a veterinária Ana Cláudia Mello, da Secretaria de Agricultura, os resultados positivos do projeto indicam que ele poderá ser estendido para outras regiões do Estado e do país, mas ela lembra que é importante também que os pecuaristas não descuidem da prevenção.

A região escolhida para o projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose é responsável por 11% da produção de leite no Rio Grande do Sul. Assim como foram pioneiros no controle das doenças, agora esperam agora obter alguma vantagem econômica.