Projetos de lei que alteram a lei de falência podem ajudar setor do leite no Rio Grande do Sul

Popostas querem que produtores tenham maior prioridade na ordem de pagamento dos credores de empresas em processo de recuperação judicialDois projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados, em Brasília, podem ajudar o setor produtivo do leite no Rio Grande do Sul.

As duas propostas, dos parlamentares gaúchos Jerônimo Goergen (PP-RS) e Elvino Bohn Gass (PT-RS), têm objetivos parecidos. A ideia é alterar a atual lei de falência para colocar o produtor em segundo lugar na ordem de prioridade do pagamento dos credores de empresas em processo de falência ou de recuperação judicial.

Atualmente, a preferência é para funcionários, seguida de débitos tributários.

De acordo com uma estimativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), o Estado tem cerca de 20 mil famílias prejudicadas por companhias que receberam o leite contratado, mas não honraram as dívidas.

– Vinte mil produtores são um volume enorme de pessoas que vivem disso. Imagina se primeiro o Estado vai receber para depois o produtor. Quer dizer, ele não consegue tocar a atividade dele. Este aspecto social pode nos ajudar a aprovar o projeto – afirma o deputado federal Jerônimo Goergen. 

– Eu fiz para a agricultura familiar porque esse é o que mais precisa. Na questão dos salários há um limite, mas no caso do agricultor familiar, que seja o pagamento de toda a produção, de todo o leite, de todo o frango, de todo o suíno ou de todo vegetal que ele tenha entrega para a empresa para a qual ele forneceu a matéria-prima – diz o deputado Elvino Bohn Gass.

Como têm propostas parecidas, os dois projetos devem ser anexados para tramitar juntos na Câmara dos Deputados. O fato de 2015 ser um ano de início de legislatura pode atrasar o processo, já que as comissões da Casa ainda não têm presidentes. Os cargos devem ser distribuídos depois do Carnaval. 

Mesmo assim os parlamentares autores das propostas estão otimistas e esperam que a votação em plenário aconteça ainda no primeiro semestre de 2015.