Este ano, o Paraná entrou com um pedido de dispensa da vacinação, junto ao Ministério da Agricultura. O Estado, que já foi considerado foco de aftosa em dezembro de 2005, trabalhou para resgatar o status de livre da doença novamente através da imunização. Conseguiu em 2008. Agora, o governo paranaense acredita que tem condições de parar com as campanhas de vacinação. Porém, os criadores estão preocupados com a iniciativa.
Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte, José Antonio Fontes, será preciso pelo menos cinco anos até que o Estado esteja pronto para não vacinar mais o rebanho. Ele diz que ainda há muitas providências a serem tomadas pela Secretaria da Agricultura, como contratação de técnicos e veterinários e estruturação das barreiras. Outro problema é o impacto econômico que a medida pode trazer para toda a cadeia produtiva do Estado.
? Santa Catarina está aí, é só ir até conversar com o pessoal. Genética ficou abaixo de zero, o mercado lá é abastecido por frigoríficos de fora de Santa Catarina. Os distribuidores de lá compram de fora. Quanto à produção interna, como é que nós vamos nos comportar como pecuaristas? Nós vamos ter o nosso animal disponível para venda, mas pode entrar carne desossada de outros Estados. Como é que fica isso? ? indagou o presidente da ANPBC, José Antônio Fontes.
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Segundo a Secretaria de Agricultura do Paraná, o processo está em fase de contratação de pessoal. Mesmo assim, o Estado trabalha com a possibilidade de realizar a segunda etapa da campanha, em novembro.
Para nós, enquanto o Ministério não anunciar oficialmente algum detalhe, a gente vai fazer a campanha de novembro, que é a vacinação do rebanho total ? disse o médico veterinário Carlos Alberto Bonezzi, da Secretaria Estadual de Agricultura.
Vacinação
O Ministério lançou uma campanha nacional para mostrar a importância da vacinação para a prevenção da doença e espera chegar ao final do ano com todo o país reconhecido como livre de aftosa com vacinação, tanto internamente como pelos organismos internacionais. Com isso, quer abrir mais mercados para a carne brasileira.
Os 21 Estados que encerraram nesta segunda a primeira etapa são: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Espírito Santo, Mato Grosso, São Paulo e Paraná vacinaram apenas animais com até dois anos de idade. O Paraná, com 9,5 milhões de cabeças, busca a mesma condição sanitária de Santa Catarina.
