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Eleições presidenciais nos EUA podem impactar agro do Brasil; saiba como

Pré-candidatos à eleição pelo partido Democrata participaram nesta quarta, 19, de um debate eleitoral. Ainda não se sabe quem irá disputar o cargo contra Trump

Pré-candidatos à eleição dos Estados Unidos pelo partido Democrata participaram nesta quarta-feira, 19, de mais um debate eleitoral. Ainda não se sabe quem irá disputar o mais alto cargo cargo do país contra o atual presidente Donald Trump e candidato pelo partido Republicano.

Diante desse cenário, o agronegócio brasileiro pode sentir os reflexos do resultado das eleições norte-americanas previstas para o segundo semestre deste ano.

Para Welber Barral, sócio-fundador da BMJ Consultores, a disputa é acirrada entre os democratas, mas nenhum dos candidatos possuem mais de 20% de votos. “Isso acaba criando um desgaste no momento político. E com isso, ninguém se beneficia mais do que o próprio Donald Trump, no qual a candidatura já foi confirmada e que já tem uma estrutura de campanha toda pronta, favorecendo a reeleição dele”, afirma Barral.

Efeitos no agronegócio 

Barral diz ainda que durante os quatros primeiros anos do governo Trump, ‘o mundo pode ver que o governo dele é bastante errático’, com imprevistos em relação às políticas externas, um dos motivos que levou o estopim da guerra comercial entre o país e a potência asiática, China.

“A tendência é que esse conflito entre as duas potências continue, já que essa guerra comercial é um dos maiores marcos do século 21. Além disso, existe a questão da disputa intelectual, pela tecnologia 5G”, lembra o analista.

“Ou seja, se essa briga continuar, isso vai causar três efeitos: o primeiro é que o Brasil continuará exportando mais, como soja, proteínas e outros produtos agrícolas. Mas o segundo ponto e que pode trazer complicações ao Brasil, é que isso leva uma certa instabilidade no mercado internacional, onde os fretes tendem a ficarem mais caros, o seguro fica mais caro, uma instabilidade que precisa ser paga e precificada”, diz.

“Por fim, a pressão que o Brasil pode sofrer dos Estados Unidos e da China também é negativa para o setor. Por parte dos norte-americanos isso como pedidos para que o Brasil suspenda algumas medidas comerciais com a China, medida que o nosso governo já descartou. E ao mesmo tempo uma pressão chinesa por maior aproximação comercial, e com isso o Brasil vai ter que jogar esse jogo de disputa comercial”, finaliza Barral.