Diversos

Líder do MST critica Lula e diz que vai intensificar pressão

Diretor nacional do MST, João Pedro Stedile, disse que o governo do presidente Lula está demonstrando 'hesitação'

O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, criticou o governo do presidente Lula, afirmando que está demonstrando hesitação.

Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada em 11 de maio, Stedile expressou sua insatisfação com a lentidão do governo em tomar medidas efetivas em relação à reforma agrária.

“O governo está progredindo de forma bastante lenta, já perdendo um tempo valioso. Em cem dias, já era esperado que um programa emergencial de combate à fome fosse implementado, incluindo a compra de alimentos. No entanto, somente agora estão sendo anunciados recursos para essa finalidade. Leva cerca de cinco a seis meses para que uma quantidade significativa de alimentos seja disponibilizada para aqueles que mais necessitam”, disse.

O líder do MST também criticou os governos do PT, afirmando que eles não implementaram a reforma agrária defendida pelo movimento devido à “falta de compreensão”.

Ele argumentou que Lula e Dilma nunca entenderam a natureza da agricultura brasileira, sendo militantes da esquerda urbana e possivelmente mal assessorados por especialistas no assunto.

O líder do MST ressaltou que o movimento intensificará a pressão sobre o governo, embora não necessariamente por meio de invasões de terras. “Podemos retomar marchas e grandes acampamentos. Existem várias formas de exercer pressão”, afirmou.

Além disso, Stedile também falou sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar o MST. Ele disse que a CPI é motivada por razões ideológicas do ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP).