Economia

Mercosul: acordos bilaterais podem acelerar com saída da Argentina

Segundo fontes ligadas à área internacional, a discussão de tornar o grupo apenas uma área de livre comércio deve ganhar fôlego após a pandemia

Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

A retirada da Argentina de novas negociações do Mercosul pode acelerar o fim da união aduaneira do bloco. Segundo fontes ligadas à área internacional, a discussão de tornar o grupo apenas uma área de livre comércio deve ganhar fôlego após a pandemia.

Se o Mercosul se mantiver apenas como uma área de livre comércio, significará que os produtos vendidos de um país para outro não pagaram taxa, dentro do bloco. Os países do Mercosul, como membros de uma união aduaneira, não podem negociar acordos comerciais com outras nações independentemente.

Na última sexta-feira, 24, a Argentina anunciou que se retiraria de todos os acordos em negociação do bloco, à exceção dos já fechados com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA).

Com a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua promessa de abrir a economia brasileira, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro a ideia de reformulação do Mercosul e do flexibilização da união aduaneira já vinha sendo discutida.

Em meio à pandemia do coronavírus, porém, no curto prazo a tendência é que o corpo técnico do Mercosul crie regra para deixar claro que Brasil, Paraguai e Uruguai poderão continuar negociando acordos com blocos e países sem aval argentino.

A norma deverá prever que a Argentina poderá aderir a novos acordos – brecha que os membros do Mercosul querem deixar, na expectativa de que um governo mais “pró-mercado” assuma a Casa Rosada no futuro. Mesmo antes da retirada da Argentina, a negociação de acordos comerciais estava em pausa desde o início da pandemia do coronavírus, que prejudicou reuniões e conversas.