Política

‘Não sou homem que governa para grupos’, diz Ronaldo Caiado

Governador de Goiás defende a aprovação de projetos que visam criar um novo tributo sobre o agro do estado

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), se manifestou neste sábado (19), dois dias após os projetos informalmente chamados de “taxa do agro” serem aprovados em primeiro turno pela maioria dos deputados estaduais. O Executivo goiano é o idealizador da proposta que vem sendo criticada por representantes do setor agropecuário local.

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Sem se referir diretamente às questões envolvendo a taxa do agro, Caiado afirma, em vídeo divulgado em seu perfil oficial no Instagram, que trabalha na tentativa de reduzir as diferenças sociais no estado do Centro-Oeste. Ele cita, ainda, levar em consideração as necessidades dos mais de 7 milhões de goianos e que, para isso, não dará prioridades a um único setor.

“Não sou homem que governa para grupos”, diz Caiado na gravação. Nesse sentido, ele garante não ter verba para poder tocar obras para melhorar a infraestrutura de Goiás — o que, consequentemente, beneficiaria o agro. O governador enfatiza que não vai tirar dinheiro de áreas como saúde e educação para isso.

“O que eu neste momento não posso é desviar verba dessas áreas [saúde e educação] para poder pavimentar rodovias, [pois é] que eu não tenho esse dinheiro esse caixa”, afirma o político do União Brasil. “Então quem está traindo?”, questiona o governador. “Será possível que a solidariedade ao estado de Goiás… isso é traição?”, pergunta Caiado.

Deputado chama Caiado de “traidor”

O questionamento do governador não se dá por acaso. Ele tem sido criticado por representantes do setor agropecuário em decorrência da ideia de se criar a “taxa do agro” em Goiás. Diante da aprovação dos projetos referentes ao tema nesta semana pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o deputado estadual Paulo Trabalho (PL) chamou Caiado de “traidor”.

“Eles esperavam isso do Lula (PT), não do Caiado” — Paulo Trabalho

“É um projeto que não agrega nada para Goiás. Eles esperavam isso do Lula (PT), não do Caiado”, disse Paulo Trabalho, segundo informações do site Mais Goiás. “Para todos, o governador é um traidor”, prosseguiu o deputado do Partido Liberal.

Tramitação da taxa do agro em Goiás

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Foto: Pixabay

Na última quinta-feira (17), a Alego aprovou, em primeiro turno, os projetos de números 10803/22 e 10804/22. O primeiro cria o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) na Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), com a contribuição de até 1,65% a ser paga pelo setor do agronegócio. O segundo altera a lei estadual que lista as regras do sistema tributário de Goiás. Idealizadas pelo poder Executivo estadual, as propostas passaram a ser conhecidas como “taxa do agro”.

No plenário da Alego, os dois projetos foram aprovados com 22 votos — com 16 deputados votando contra. Eles, no entanto, não entraram em vigor de forma imediata. Ambas as propostas terão de passar por um segundo turno, que está programado para ocorrer na próxima terça-feira (22). Em caso de nova aprovação, eles irão seguir para sanção de Caiado.

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