A formação de um bloqueio atmosférico vai manter a chuva na região Sul e, nos próximos dias, os acumulados podem passar de 100 milímetros. É o caso de Uruguaiana, no oeste do Rio Grande do Sul, que tem previsão de 115 milímetros.
“O volume que cai normalmente em um mês, vai acontecer em seis dias. Por exemplo, todo o mês de outubro teve 85 milímetros de chuva em Uruguaiana, e em setembro, apenas 70 milímetros. Desta vez, um acumulado maior deve acontecer em apenas seis dias, na última semana de novembro”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar. Estas variações intrasazonais são comuns mesmo em anos de La Niña, quando o risco de estiagem é maior para o Sul do Brasil.
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Previsão para os próximos dias
Uma frente fria avança devagar pela região Sul nesta quinta-feira, 26, e se alimenta de um corredor de umidade da Amazônia. O sistema traz fortes temporais e grandes volumes acumulados sobre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul e sudoeste do Paraná. Tem previsão de trovoadas e queda de granizo, especialmente na divisa dos territórios gaúcho e catarinense. Nessas áreas, as rajadas de vento podem passar de 60 km/h. Na fronteira com o Uruguai, a chuva pode vir desde cedo e a qualquer hora.
Por outro lado, ainda não chove na maior parte do Paraná e a tarde segue bastante quente, mas com aumento da quantidade de nuvens.
Na sexta-feira, 27, a frente fria ainda atua na região na altura do oceano e mantém o tempo instável. A chuva se espalha mais pelo Paraná e ainda acontece em Santa Catarina e em boa parte do Rio Grande do Sul. Os maiores volumes acumulados são esperados entre o norte do Rio Grande do Sul e litoral e sul de São Paulo.
“Essa chuva beneficia demais o desenvolvimento da soja e o término da instalação, e também ajuda o desenvolvimento inicial do arroz com a água dos reservatórios mais poupada”, diz Oliveira.
Em contrapartida, a diminuição da chuva no Nordeste também ajuda a instalar a soja no Matopiba, já que a chuva no fim de semana foi muito excessiva e deixou o solo mais encharcado.
Chuva traz alívio?
Esta chuva no Sul deve durar até a virada do mês e será a primeira vez nesta primavera que teremos precipitações mais abrangentes no Sul do Brasil. Essa frente fria terá um avanço mais lento e justamente por isso ela consegue beneficiar arroz, soja e pastagens e dar uma chance para os produtores de milho fazerem o replantio se julgarem necessário. Muito do milho do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foi perdido com a estiagem, que já é considerada histórica pelos principais centros de meteorologia do Brasil.
