Apesar de grande potencial, peixe no Brasil ainda tem preço de filet mignon

Direto ao Ponto

Apesar de grande potencial, peixe no Brasil ainda tem preço de filet mignon

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, o superintendente do Senar-MT, Otávio Celidônio, ressalta que o setor pode ser expandido, mas precisa avançar em questões tecnológicas

Tilapia
Foto: Pixabay

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Otávio Celidônio, falou sobre a crescente demanda por alimentos no mundo e sobre os principais gargalos que dificultam a expansão da agricultura, especialmente no estado.

Otávio acredita que o agronegócio brasileiro possui grande capacidade de expansão, puxado principalmente por um aumento de demanda na Ásia e futuramente da África. Uma alternativa para atender essa possível procura por alimentos seria investir em produtos de maior valor agregado, como carnes no geral e especificamente peixes,.

“A produção que a gente tem em potencial aqui em Mato Grosso, e no Brasil como um todo, da piscicultura, apesar de um consumo relativamente baixo, pode ser expandida. Se olharmos as condições naturais que a gente tem para desenvolver o peixe, temos um potencial gigantesco’’ explica.

O apresentador Glauber Silveira questiona, inclusive, o fato de que em supermercados do mundo inteiro, o valor do peixe é sempre mais barato que outras carnes. No entanto, no Brasil é o contrário. “Aqui no Brasil, peixe tem custo de filet mignon”, comenta. Celidônio então comenta que para evitar este tipo de disparidade, é preciso avançar na questão tecnológica. 

Pecuária leiteira

O superintendente também destacou, que outros mercados tem tido evolução como a cadeia leiteira, por exemplo. Entretanto ainda é preciso muito investimento e assistência técnica.

De acordo com Otávio, cerca de 50 mil famílias no estado têm como fonte de renda a atividade leiteira. Por este motivo, vê no setor, um grande potencial de renda.

“Temos um volume muito grande de agricultura familiar no estado, são cerca de 6 milhões de hectares. A grande maioria são pequenos proprietários, com uma produção bem pequena. Hoje, os produtores que são assistidos (pelo Senar), conseguem viver exclusivamente do leite. Claro que, além da assistência técnica, é necessário desenvolver outras coisas, como estrutura de mercado’’, conta.

Segundo o Diagnóstico da Cadeia do Leite, publicado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 51% das propriedades leiteiras do estado, a produção diária não passa dos 50 litros. Em outros 22%, a produção fica entre 50 e 100 litros por dia. A realidade confirma a grande predominância da agricultura familiar no estado.

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