Aproximação com EUA não pode afastar Brasil da China, diz consultor Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Direto ao Ponto

Aproximação com EUA não pode afastar Brasil da China, diz consultor

Para especialista, o governo tem que manter as boas relações com parceiros, principalmente o país asiático, principal comprador das exportações brasileiras

Bandeira da China
Foto: Pixabay

A aproximação política e comercial do Brasil com os Estados Unidos, fortalecida pela visita recente do presidente Jair Bolsonaro a Donald Trump, não pode resultar em um distanciamento com a China, defende Matheus Andrade, consultor em comércio internacional da Barral M. Jorge.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto deste domingo, dia 31, o especialista afirma que o atrito com o país asiático, criado pelas declarações públicas, como a do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não contribuem em nada para os objetivos do país.

O consultor afirma que o Estado não tem amigos, e sim interesses. “Não precisa ser radical. Tem que uma manter boa relação com os dois, Estados Unidos e China. Não dá para comprar a briga. Essa guerra comercial vai prejudicar o Brasil, porque os mercados vão se retrair”, diz.

Segundo Matheus Andrade, a disputa comercial entre as duas potências vai esfriar a economia mundial em dois pontos percentuais. “Vai cair de 3% para 1% o crescimento da economia. Hoje, parece que ninguém está ganhando a guerra. Há desaceleração na economia dos dois países”. Para ele, o Brasil tem que manter a postura e as relações com as nações parceiras, principalmente a China, principal comprador das exportações brasileiras.

O consultor considerou arrojado o movimento do Brasil de querer entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que isso pode ser positivo a médio e longo prazo.

As negociações comerciais feitas pela equipe de Jair Bolsonaro e da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na viagem recente aos EUA, foram criticadas por grande parte de analistas de mercado. “Teve pouca coisa concreta. A cota para importação de trigo era uma promessa da década de 1990 que nunca foi cumprida e ajuda o consumidor. A abertura do mercado para carne suína americana é um movimento simbólico, já que o Brasil tem grande produção”, pondera Andrade.

Acordos

O especialista destacou que o Brasil tem poucos acordos comerciais bilaterais e que deveria investir nesse tipo de negociação, além de baixar tarifas, para expandir mercados. “Governo liberal é positivo para ser mais competitivo lá fora”. Ele vislumbra Canadá e Coreia do Sul como possíveis focos do país de agora em diante.

Já em relação ao Mercosul, o consultor avalia que ele tende a ser “menos político e mais comercial”, mas que tem potencial de ganho para setores como o agropecuário.

Sair da versão mobile