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Carne bovina deve ficar 15% mais cara em 2020, diz economista

Segundo Fábio Silveira, da MacroSector, o cenário de escassez global de proteína deve sustentar as cotações no próximo ano

O preço médio da carne bovina no varejo paulista atingiu o maior patamar do ano, a R$ 35,24 por quilo, segundo a Scot Consultoria. Isso representa alta de 1,1% nos últimos sete dias. No Paraná, a proteína se valorizou 1% e em Minas Gerais subiu 0,1%.

O economista da MacroSector Consultores Fábio Silveira afirma que o cenário de escassez global de proteína sustentará os preços da carne bovina em 2020. “Houve um choque de oferta grande em 2019, com a redução muito forte de produção de carne suína na China, por causa da peste. Isso causou um deslocamento repentino para a proteína bovina, demandando cerca de 1,2 milhão de toneladas — equivalente à metade da Argentina — de repente”, diz.

Segundo ele, o movimento altista deve se sustentar por mais um ano e meio, prazo estimado para que os estoques e a produção mundial sejam retomados. “O biênio 2019/2020 será muito importante e rentável para o Brasil”, conta.

Silveira destaca que o período será um momento de melhora na rentabilidade, o que abre espaço para que empresas acertem suas contas e invistam em modernização. “É hora de tirar os planos de investimento da gaveta”, afirma.

Para o especialista, 2020 será um ano inesquecível. Ele projeta a carne bovina no atacado 20% mais cara em relação à média deste ano. Já no varejo, a proteína deve subir 15%.