Mercado e Cia

'Crédito em 2020 será mais barato, acessível e terá prazo maior'

Para o economista do Banco Votorantim Roberto Padovani, queda da taxa básica de juros, a Selic, ao menor patamar da história criou uma revolução na economia

A queda da taxa básica de juros, a Selic, para 4,5% ao ano criou uma revolução na economia, segundo o economista do Banco Votorantim Roberto Padovani. Ele explica que com os juros nos níveis mais baixos da história, o mercado tem se interessado em investir mais em empresas, através das bolsas de valores. Isso, segundo ele, tem  dado maior liquidez ao mercado financeiro.

A consequência disso para Padovani é que o mercado de crédito está se expandindo, gerando impactos positivos na economia brasileira. “ Nós vemos que empresas que passaram por uma crise financeira já estão conseguindo melhorar o perfil de endividamento, podendo contratar pessoas e investir”, comenta.

Ele argumenta que essa melhora no cenário também gera melhores condições de acesso ao crédito. Segundo o economista, a população já está conseguindo melhorar a negociação com os bancos na hora do financiamento. “As instituições financeiras voltaram para os negócios e se consegue ter acesso a essas linhas, mesmo que não se tenha um histórico tão bom assim”, afirma.

O economista também projeta que para 2020, o produtor rural poderá conseguir maior prazo para pagamento e com juros menores. “O perfil de endividamento está melhor, com dívidas distribuídas ao longo do tempo”, relata. Ele ressalta ainda que a queda dos juros também gerou competição entre os bancos.

“Isso significa que você vai conseguir tomar um crédito mais longo e mais barato. É para usar esse momento!”, afirma.

Dólar

O Banco Votorantin projeta uma tendência de queda para a moeda norte-americana em 2020. “O dólar está muito alto, o Brasil é o único país emergente que está fazendo reformas, além disso, se tem liquidez no mundo todo por conta do baixo crescimento. Havia um medo de recessão na economia mundial, mas isso tudo está se dissipando”, comenta.

Para ele, o Brasil poderá atrair recursos desses investidores, o que traria uma queda ao dólar. “Esses níveis de R$ 4,10 são níveis que não se sustentam. A nossa dúvida é saber em que velocidade o dólar cai, mas temos que ter na cabeça que o nível do dólar é para baixo e não para cima”, enfatiza.