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Eleição nos EUA: entenda possíveis efeitos sobre o agro do Brasil

País pode sofrer maior pressão ambiental caso Joe Biden seja vencedor, porém setor de biocombustíveis deve ser beneficiado, de acordo com avaliação da BMJ Consultores

A menos de três semanas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, cerca de 15 milhões de norte-americanos já votaram. A perspectiva é de que, pela primeira vez na história, a maioria dos eleitores vote antes do dia oficial do pleito, no próximo dia 3 de novembro. As autoridades do país relataram um recorde de comparecimento antecipado.

O consultor político da BMJ Consultores Associados, Matheus Andrade, lembra que o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, e por isso, o comportamento em 2020 chama atenção. “Há uma grande campanha dos partidos e da sociedade civil para que as pessoas votem. Lembrando que o voto nos Estados Unidos não é obrigatório. Então, é muito importante que as pessoas compareçam e isso pode mudar o resultado das eleições”, analisa.

Andrade destaca que os votos antecipados podem trazer judicialização do resultado final das eleições. “Nós devemos ter um período conturbado até o final das eleições. Trump e seu partido já declararam diversas vezes que não aceitarão os votos antecipados. E é muito esperado que eles judicializem a questão caso venham a perder”, diz.

Efeito no agro

O consultor afirma que pesquisas apontam que há cerca de 80% de chance de vitória do candidato democrata Joe Biden. Segundo Andrade, caso este cenário se confirme, o agro brasileiro deve ficar atento para duas questões.

“Um efeito que pode nos prejudicar é uma maior pressão ambiental e um foco maior no Brasil, que foi citado nominalmente no último debate. Por outro lado, o Biden tem levantado muito a bandeira dos biocombustíveis e isso pode criar oportunidade para os dois países aumentarem a parceria nesse setor. O que levaria a um aumento das exportações agrícolas brasileiras”, diz.