Liderado pela China, maior acordo comercial do mundo pode ter impactos no agro brasileiro Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Mercado e Cia

Liderado pela China, maior acordo comercial do mundo pode ter impactos no agro brasileiro

De olho neste movimento, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou sobre a importância dos asiáticos para a economia durante o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)

Quinze países, incluindo a China, assinaram neste mês um importante acordo comercial após anos de negociações. Denominado Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), o acordo cria um bloco regional que cobre cerca de um terço da produção econômica global.

O novo bloco se estende por muitas das maiores e mais vibrantes economias da região da Ásia-Pacífico, que deixou de lado as diferenças geopolíticas para impulsionar o comércio e o crescimento durante a pandemia do novo coronavírus. Além da China, inclui Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e 10 nações do sudeste asiático, da Indonésia e Vietnã à Tailândia e Singapura.

China é cada vez menos ameaça e mais oportunidades, diz diplomata

De olho neste movimento, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou sobre a importância dos asiáticos para a economia durante o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). “A China é o nosso principal parceiro comercial há uma década e aa crise da pandemia não alterou esse quadro, ao contrário, as autoridades chinesas estimam que a importação de produtos brasileiros baterá recorde em 2020. […]  Estamos acompanhando com atenção a formação da parceria regional econômica abrangente, Recep, que reafirma o papel da Ásia como centro dinâmico do capitalismo em nossa era.  Esse movimento demonstra o acerto na prioridade do governo Bolsonaro a inserção competitiva do Brasil nas cadeias de valor global”, disse.

Segundo Mourão, o Brasil precisa estreitar ainda mais os laços comerciais com a China e com o bloco recém-criado. Para o coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, essa é a estratégia correta, já que a região asiática terá um papel fundamental na economia global nas próximas décadas. “Estamos vendo 15 países que representam um terço da população do mundo, 30% do PIB e 26% do comércio global se integrarem no maior acordo que se tem conhecimento. A novidade é que, além de Austrália e Nova Zelândia, pela primeira vez China, Japão e Coreia participem juntos de um acordo comercial, apesar da rivalidade entre eles”, disse.

Para Jank, esse acordo levará avanços avanços na área de serviços, comércio eletrônico e investimento para todos os países que deverão zerar cerca de 90% das tarifas em negociações dentro do bloco. “É fundamental que o Brasil esteja presente nisso, já que é um dos principais fornecedores de commodities do mundo. Mas também devemos ficar atentos, pois dentro do bloco temos concorrentes, como Nova Zelândia, Austrália e Tailândia”, completou.

Atritos desnecessários

Nesta semana, a embaixada da China no Brasil emitiu um protesto formal contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Tudo começou quando o parlamentar indicou em suas redes sociais que os chineses praticariam espionagem por meio das redes 5G.

Em resposta, a China disse que Eduardo Bolsonaro “solapou” a relação amistosa entre as nações com declarações “infames. O comunicado disse ainda que o Brasil poderia “arcar com consequências negativas”.

Para Jank, a declaração do brasileiro foi ruim, “pois a China é extremamente relevante para o Brasil como cliente e investidor”.

“É muito infeliz entrar em confrontação com a China, em momento que os EUA elegem Joe Biden, que deve reatar relações com os chineses. Então, estamos isolados nesse discurso dado pelo deputado e espero que não seja isso que o presidente pensa”, finalizou.

Sair da versão mobile