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Preço do feijão-carioca reage em agosto; veja a tendência para o resto do ano

Apesar da valorização neste último mês, o produto ainda não se recuperou das baixas registradas em junho e julho deste ano

O preço do feijão-carioca subiu em cinco estados brasileiros em agosto, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. Porém, a maioria das praças analisadas ainda não se recuperou das quedas observadas em junho e julho, e apresentam variação negativa em 2020.

Entre as regiões examinadas, apenas Unaí, em Minas Gerais, tem alta no ano, de 4,1%, além do crescimento de 15,9% em agosto. Em 2020, as quedas estão em 6,5% em Barreiras (BA), 22,6% em Ivaiporã (PR), 14,5% em Avaré (SP) e 2% em Luziânia (GO).

O presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, aponta que o mercado reflete agora três fatores ocorridos ao longo do ano. “Tivemos no início do ano uma diminuição da área plantada em função da soja; depois tivemos problemas climáticos no Sul e no Sudeste; e temos muito provavelmente um aumento do consumo durante a pandemia”, afirma.

Lüders acrescenta que neste ano houve a coincidência de as três principais variedades do feijão — carioca, preto e caupi — estarem acima de R$ 200 a saca. Isso dá base para o feijão-carioca, o mais consumido, ter preços interessantes, segundo ele.

Tendência dos preços do feijão

O presidente da Ibrafe não vê baixas pelo menos até a entrada da próxima safra, em fevereiro de 2021. “Temos safras que têm pico agora, como Minas Gerais e Goiás, depois aumenta oferta em Mato Grosso. Na sequência, vem a oferta em São Paulo. Porém, como elas vão sendo escalonadas ao longo do tempo, nós entendemos que não há muito o que esperar de baixa de preços. Vamos viver isso até entrada de uma safra de volume maior, que pode ser em fevereiro [de 2021]”, projeta.

Recomendação

Neste momento, a recomendação do Ibrafe é de que o produtor plante feijão. “Talvez seja a recomendação mais simples que já passei na minha vida. Todos eles [variedades] têm uma boa perspectiva para o produtor nos próximos meses. Gerar excedentes, que não seja do carioca, para o próximo ano, não tenha a mínima dúvida que vai ser bem interessante, pois haverá consumo”, analisa Marcelo Lüders.