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Milho: ‘Chuva deve colaborar com safra plantada fora da janela ideal’

De acordo com agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, as precipitações devem se estender até o fim de abril e início de maio

O excesso de chuva está atrasando o plantio da segunda safra de milho no centro-norte do Brasil, principalmente em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. De acordo com a Rural Clima, 30% das lavouras devem ser cultivadas fora da janela ideal, que terminou em 25 de fevereiro.

Mas, segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, modelos de previsão sinalizam que as chuvas devem se estender até o fim de abril — algumas áreas podem ter boas chuvas ainda em maio. Com isso, a umidade favorecerá a cultura semeada fora do período ideal.

A região de Rio Verde (GO), no entanto, terá períodos de chuva de cinco milímetros intercalados com intervalos de seca que podem durar até 10 dias, o que pode ser prejudical, segundo o agrometeorologista. “Se você pega o milho em pleno pendoamento [fase anterior ao enchimento] e tem essa seca, pode causar algum dano, mas seria muito mais pontual do que macro”, afirma.

Temperatura

Tradicionalmente, o frio mais intenso costuma ocorrer no fim de junho, mas pode vir mais cedo este ano, afirma Santos. “Prevemos que, já no fim de abril, a cidade de Maringá (PR) e o norte do Paraná terão algumas ondas de frio. São se sabe a intensidade dessas ondas, mas é um fato e um risco de que o frio possa chegar mais cedo esse ano”, diz.

O especialista não vê chance de La Niña até o início da primavera de 2020. Segundo ele, a safra será plantada com neutralidade e viés negativo. “Isso faz com que a porteira fique aberta para a entrada de massa de ar polo, o que justifica a chegada antecipada do frio. Provavelmente o inverno será típico do Cerrado: sem ocorrência de chuvas. A depender do grau de anomalia, podemos ter atraso nas chuvas da primavera”, comenta.