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Quem tem soja deve aproveitar e vender no spot, recomenda analista

Apesar do dólar mais alto, Carlo Cogo afirma que a relação de troca entre grãos e insumos não está tão diferente da temporada passada

O dólar disparou após o feriado de Carnaval e atingiu a máxima de R$ 4,50 nesta quinta-feira, 27. De acordo com Carlos Cogo, analista da Cogo Inteligência de Mercado, o momento está propício para vendas no spot. “As relações de troca pouco se alteraram com a escalada do câmbio em relação ao ano passado. A soja no porto continua por volta de R$ 90 por saca. Os prêmios caíram, mas não tanto. Enquanto os preços recuaram no mercado internacional, eles subiram no Brasil”, diz.

O analista também comenta a possível escassez de fertilizantes e agrotóxicos por conta dos problemas na indústria chinesa diante do surto de coronavírus. Segundo ele, por enquanto, a situação não é irremediável pois não estamos no pico de importações. “Se isso se prolongar, pode criar problemas para a segunda safra e implantação da primeira safra 2020/2021”, diz.

Cogo recomenda ao produtor esperar um pouco antes de comprar, pois o câmbio está bastante elevado, mas afirma que é preciso atenção para não adiar demais, pois se a China continuar paralisada, pode faltar até glifosato.

De acordo com o especialista, o petróleo em baixa pressiona as matérias-primas dos defensivos e químicos, mas também afeta as commodities agrícolas, como soja, milho e algodão. “Neste momento, vendas no spot são bastante atrativas. É hora de vender, porque a situação pode piorar e você não conseguir uma line up de navio para originar o grão”, diz.