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‘Brasil vai sentir em 2021 o aumento da produção de alimentos na China’

Miguel Daoud comenta decisão dos asiáticos em ampliarem produção de arroz em área antes ocupada por grãos

A China vai ampliar a área apta à produção agrícola em 25% em 2021 para assegurar o fornecimento de alimentos, depois que a pandemia do novo coronavírus afetou cadeias globais de suprimento e inundações derrubaram a produção de arroz, segundo o jornal chinês South China Morning Post. 

De acordo com o ministério da agricultura chinês, 6,66 milhões de hectares de área agricultável vão ser elevados à categoria de “alto padrão” para a produção. A maior parte das áreas fica em regiões produtoras de grãos.

“Antes da pandemia falávamos que o mundo enfrentava um problema de produção de alimentos, principalmente a China, com inundações e secas. Isso foi o que acabou demandando junto com a peste suína africana, o aumento significativo de importações. Agora, a China confirma que vai usar área que antes eram usadas para grãos para produzir arroz, alimento básico da população”, disse o comentarista Miguel Daoud.

Segundo Daoud, com essa estratégia os chineses vão importar mais soja, e o Brasil será um dos vendedores. “A soja vai subir de preço, e essa é uma preocupação inclusive da Abiove na questão do biodiesel, que não tem sido vantajoso. O Brasil será favorecido, pois temos competitividade, mas infelizmente não temos uma visão de planejamento em cima desse cenário”, disse.