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Daoud: Governo penaliza setor que produziu alimentos e empregos na pandemia

Comentarista fala sobre decisão de cortar créditos do Plano Safra 2020/2021

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou um documento assinado pela Área de Operações e Canais Digitais suspendendo protocolos de pedidos de financiamento e contratação de operações de crédito do Plano Safra 2020/2021 a partir desta quarta, 5. O documento veio após  ofício da Secretaria do Tesouro Nacional enviado nesta terça, 4, pedindo às instituições financeiras a suspensão das contratações de linhas de crédito.

A medida seria uma resposta à redução do orçamento deste ano para programas de subvenção ao financiamento agropecuário. O orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado teve um corte de aproximadamente R$2,5 bi em subvenções para operações agrícolas e pecuárias. No momento da sanção, ficou acordado que estes recursos seriam recompostos com a aprovação de um projeto de lei do Congresso Nacional (PLN 4/2021). Porém, até o momento não houve acordo entre os líderes dos partidos para a votação da matéria e ela sequer foi pautada.

Para o comentarista Miguel Daoud, a ação é um duro golpe ao setor que tem sustentado a economia. “O agronegócio trouxe glórias para o brasil na produção de alimentos, tanto apra exportar como na mesa dos brasileiros, principalmente na pandemia. Esse sinal me preocupa muito”, disse.

Daoud disse que quem deverá sofrer são os pequenos e médios. “Quem vende os alimentos em reais, sem dúvida, perde renda. Os produtores estão muito desanimados em decorrência do endividamento, e esse é um sinal de que a situação vai se agravar. Eu diria que  a reciprocidade que o produtor rural tem hoje é praticamente zero. O produtor entrega muito e recebe muito pouco. Devemos ficar atentos”, completou.