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Gigantes do agro se unem para ampliar produção de milho no Nordeste

Corteva, Yara e Massey Ferguson estão juntas no programa Prospera, que leva capacitação, assistência técnica e tecnologia para agricultores familiares

O programa Prospera, liderado pela Corteva Agriscience, pretende tornar cinco estados do Nordeste autossuficientes em milho. Nesta quinta, Massey Ferguson e Yara se uniram ao programa que leva capacitação, assistência técnica e transferência de tecnologias para agricultores familiares. Com a união, a expectativa é de que nos próximos cinco anos, 50 mil produtores rurais sejam atendidos pela iniciativa.

A assinatura foi feita em um auditório do Ministério da Agricultura. Em entrevista ao Canal Rural, o vice-presidente e gerente-geral da América do Sul da Massey Ferguson, Luis Felli, disse que essa é uma oportunidade de transformação na vida de pequenos agricultores. “O Nordeste brasileiro que sempre sofreu com secas, com desafios e, hoje,  tem a oportunidade de, com tecnologia, apoio e com trabalho a várias mãos, conseguir com que tenhamos uma agricultura sustentável e menos dependente de ajudas e auxílios que sejam governamentais, além do agricultor que vai resgatar sua dignidade e autossuficiência”.

A Yara, que é especialista em nutrição de plantas, vai participar dando auxílio para uma produção cada vez mais sustentável. “Vamos oferecer seminários, em linha dos novos produtos, novas ferramentas que podem ajudar os agricultores a produzir mais, ser mais rentáveis e assim terem uma atividade mais sustentável no tempo. É muito importante que todos os agricultores brasileiros participem e ali no Nordeste vemos um potencial muito importante e queremos participar em realizar esse potencial”, disse o presidente da Yara no Brasil, Olaf Hektoen

O Programa

O Prospera foi iniciado em 2017, no estado de Pernambuco, com apenas 45 participantes. Hoje, quase quatro anos depois, já são mais de 1.400 produtores rurais e estudantes beneficiados com capacitação, assistência técnica e repasses de tecnologias no cultivo e na parte de insumos.

Com a entrada de duas empresas globais para fortalecer o programa, a expectativa é de que, nos próximos cinco anos, mais de 50 mil produtores rurais, pequenos agricultores familiares, dos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará possam melhorar as suas produções de milho.

“É um programa de parcerias. A gente reforçou muito que ninguém faz nada sozinho. Inclusive, é um dos valores da Corteva como companhia de construir juntos e aí ficamos muito contentes de ter parceiros fortes como a Yara e a Massey e estamos abrindo para outros que possam nos ajudar a complementar todo este esforço para que o programa ganhe uma dimensão ainda maior.”, disse o presidente da Corteva Agriscience, Roberto Hun.

Agricultores pernambucanos auxiliados pelo Prospera conseguiram sair de uma média de produtividade de 10 sacas por hectare para 80 sacas por hectare. Na produção de silagem, a produtividade dobrou de 20 toneladas por hectare para 40 toneladas por hectare

“É uma alegria imensa! Você deixa de plantar um pouco de milho, o milho que dava pra você mal comer durante o ano e, de repente, você virou um indivíduo que guarda dinheiro. Você não tinha uma tecnologia que tivesse uma semente, que tivesse uma genética que poderia se produzir com 400 milímetros de chuva. Eu sou produtor aqui em Mato Grosso do Sul e Minas e planto com 1.200, 13.00 milímetros de chuva. Agora, plantar e colher e ter resultados com 400 milímetros é uma evolução da ciência, da tecnologia toda”, disse o presidente institucional da Abramilho, César Ramalho.

Atualmente, os estados atendidos pelo Prospera colhem 900 mil toneladas de milho ao ano e a expectativa é atingir a demanda da região de 6,6 milhões de toneladas do grão.

O Secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Fernando Schwanke, também falou ao Canal Rural e explicou a importância do milho para as demais cadeias produtivas na região. “O milho é um grão que é o início de várias cadeias produtivas, com ligação direta com a pecuária . No Nordeste, tem ligação com Caprinocultura e ovinocultura, levando mais parceiros para que se possa produzir mais, ganhar mais dinheiro e possa virar um círculo virtuoso”, disse.