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Ações voltadas a jovens garantem sucessão familiar no Rio Grande do Sul

Iniciativas feitas com adolescentes de famílias fumicultoras no interior gaúcho foram apresentadas nesta quarta-feira, 28, na Arena Rural

Uma das maiores dificuldades no campo, especialmente em atividades com mão de obra essencialmente familiar, como a fumicultura, é manter os jovens no campo. A sucessão tem se tornado um desafio para entidades do agronegócio, que têm desenvolvido iniciativas para diminuir o êxodo rural. Duas delas foram apresentadas durante o fórum “Educação no Campo: juventude rural”, na 42ª Expointer, realizada em Esteio (RS).

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) criou, há mais de 20 anos, o projeto Verde é Vida. A iniciativa é aplicada em escolas de municípios produtores por meio de oficinas e palestras. “O projeto surge para desenvolver ações de cuidado com o meio ambiente e diversificação da atividade”, explica o vice-presidente da entidade, Marco Antônio Dornelles.

A professora de escola municipal em Santa Cruz do Sul, Juliana Behing, conta que os resultados são positivos. Segundo ela, durante muito tempo, a escola era focada no urbano, esquecendo do meio rural. “Começamos com oficinas no turno oposto, em que haviam atividades relacionadas às suas propriedades, o que fez eles olharem um pouco melhor pra dentro da propriedade”, explica.

A indústria do tabaco também trabalha para manter no jovem o gosto pela atividade. Por meio do Instituto Crescer Legal, criado em 2015, desenvolve atividades para filhos de produtores, com idade entre 14 a 17 anos e que estejam estudando. “Podemos buscar tecnologias novas e empreender. São como uma segunda família”, elogia Pietro Gabriel Pereira, aprendiz de uma das turmas do projeto.

Angelita Lenhardt, mãe de um aluno, só vê vantagens. “É muito bom vê-los em um projeto em que podem enxergar as possibilidades dentro das lavouras”, diz.

De acordo com o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, além da sucessão familiar, outras metas são o combate ao trabalho infantil, a profissionalização com geração de renda e o desenvolvimento de potencialidades.

A gerente do instituto, Nádia Fengler Solf, fala que o principal aprendizado para os jovens é gestão e empreendedorismo. “Porque no campo há muitas oportunidades”, garante.