Rural Notícias

Produtor que depende só do mercado interno precisa rever custos, diz professor de economia da USP

Segundo pesquisa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o milho e o farelo de soja podem começar 2021 com valores elevados

Um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apurou os custos de produção de 22 atividades agropecuárias em todo o país e apontou que 15 delas vão ter lucratividade média positiva em 2020.

A lucratividade média apontada na pesquisa para o milho foi de 26,7%, e para a soja de 23,4%. Os maiores lucros médios, no entanto, foram do feijão com 43,2%, batata com 38,8% e o arroz com 37%. Por outro lado, as proteínas animais acumulam prejuízos. A pecuária de leite teve perda de 1,3%, a suinocultura de 3% e a avicultura, a mais afetada, 23,9%.

Ainda de acordo com a pesquisa, o milho e o farelo de soja dão sinais que vão começar 2021 com valores bastante elevados, o que deve continuar influenciando os custos de produção dos pecuaristas.

Para o professor de economia da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, o principal motivo para a perda no setor do leite, suinocultura e avicultura é o alto custo de produção. “De um lado temos a alta dos insumos, que subiram muito e, junto com eles, os concentrados. De outro lado, os preços para alguns produtos também não foram bons”, explica.

E, para os produtores que não embarcam, Grisi recomenda trabalhar do lado dos custos. “Significa investir na tecnologia, mudar processo de produção, tentar ser mais efetivo no uso de rações e concentrados, tentar neutralizar todos os animais. Não há outra alternativa porque eles dependem dos preços praticados dos insumos, que estão polarizados”, acrescenta.